Amigos, fiquei devendo um texto sobre as bobagens de Dilma na ONU. Lendo na rede meus blogues favoritos, encontrei a síntese quase perfeita de tudo que eu tinha a dizer. Vou tomar a liberdade de reproduzir aqui e indicar a leitura. Passo a fazer uma ressalva no final.

Leiam no Blogue de Guilherme Fiúza

Dilma no circo da ONU

O Brasil é a maior diversão. Na pantomima da Assembléia Geral da ONU, o país apareceu de novo com uma novidade.

Depois do presidente-operário, a presidente-mulher. Mais um número infalível. Nunca antes na história da ONU uma mulher abriu a sessão da Assembléia Geral etc etc.

E quem é esse grande ícone feminino que entrou para a história da diplomacia internacional?

Segundo a revista “Newsweek”, em matéria de capa, Dilma Rousseff é uma comandante tão severa que já teria feito burocratas do Estado caírem no choro.

A revista americana diz também que a temida presidente brasileira espanou os corruptos e os substituiu por pessoas de sua confiança, sempre lideradas por outras mulheres.

“Não mexam com Dilma” é o título da reportagem. Mas poderia ser também: “A Mulher Maravilha da Newsweek”.

Melhor não contrariar. Não daria para botar a super Dilma na capa se a história fosse contada direito: os corruptos demitidos eram as “pessoas de sua confiança”, ou da confiança de seu padrinho.

E a mulher escolhida por Dilma para liderar seu governo era Erenice, a rainha do tráfico de influência.

A comandante durona que, na literatura da “Newsweek”, leva marmanjos às lágrimas, na vida real é a presidente desnorteada, que dedica seu primeiro ano de governo à partilha de cargos entre os companheiros – e nas horas vagas demite os que a imprensa desmascara.

Em Brasília, Dilma declarou que a limpeza não seria pautada pela imprensa. Em Nova York, declarou que a imprensa é vital para a limpeza.

No Brasil, seu partido ruge pelo “controle social” da mídia e ela se cala. Na ONU, se apresenta como militante da liberdade de expressão.

É um conto de fadas que o circo da diplomacia internacional adora.

Dilma Rousseff se encaixou com perfeição na Assembléia Geral da ONU. Numa reunião tradicionalmente inútil, fez seu discurso tradicionalmente insípido.

Dentre as pérolas de estadista-mulher estava um diagnóstico, por assim dizer, sensível da crise mundial: a falta de soluções “não é por falta de recursos financeiros” dos países ricos, “é por falta de recursos políticos”.

Era a idéia que faltava para o mundo deixar de bobagem e espantar a crise.

Sobre economia brasileira, disse à “Newsweek” que foi possível baixar os juros porque o país tem “um Banco Central rígido”.

Sabendo que o “Banco Central rígido” foi estuprado pelo populismo e obrigado a baixar os juros na marra, a revista poderia ter publicado a declaração de Dilma como piada.

Mas preferiu fingir que acreditou, para não atrapalhar o mito da capa.

Dilma foi um sucesso na ONU. Não disse nada de relevante e saiu com o figurino de Margareth Thatcher da esquerda que puseram nela.

O show tem que continuar. Deixem as agruras da vida real para os palhaços e os contribuintes, ou vice-versa.

Comento:

Só uma ressalva. Dilma falou algo de muito relevante, sim. Defendeu abertamente a adesão de um "Estado Palestino" à ONU. Esqueceu de combinar com os terroristas do Hamas, porém. Dilma, coitada, não entende nada dessa questão, e está só fazendo proselitismo antiamericano.

Nesse ponto, aliás, seu governo é só uma continuidade do anterior. A política externa de Dilma mostra seu lado irresponsável e arrogante. Quem é contra o Estado Palestino? Em tese, ninguém. A questão é outra. Podemos cobrar de Israel que apoie um Estado comandado por um grupo terrorista cuja forma de "manifestação" é jogando foguetes em seus cidadãos? E a briga entre Hamas e Fatah?

A situação é mais complexa do Dilma pensa. Fica o registro.