Brasília – Leio pelo Cada Minuto que o ex-coronel Cavalcante foi preso novamente. Pois é; se no lugar de ser militar o Cavalcante fosse deputado estaria aí, ó, leve, solto e fagueiro zombando da sociedade e da justiça.
Dizem que todos são iguais perante a lei, mas isso é balela. Não é não.
Com um mandato de deputado o Cavalcante poderia cometer os crimes que quisesse. Não é uma beleza essa legislação brasileira? E ainda tem gente que prega o combate a violência.
Ah! Coitados!...
Gente! Quem garante a violência é essa lei absurda e imoral que divide o criminoso em duas categorias, independente da sua periculosidade: o que pode ser preso e o que não pode ser preso.
O pior é que o Cavalcante foi inventando. Não o Maneca lá de Santana do Ipanema, zagueiro do Ipanema, que foi inventado pelo pai e a mãe dele. Refiro-me ao Cavalcante matador – esse foi inventado pelas autoridades que se serviram dos seus serviços.
Quem foi que inventou o Cavalcante matador, alguém sabe?
Sabe não?
Pois então, gente, enquanto a sociedade não punir severamente o inventor do Cavalcante matador não há a mínima chance de se combater a violência. É besteira pelejar.
É ou não é?
QUEM ESTÁ MATANDO OS JORNAIS?
( Abro o parêntesis para revelar dado preocupante para o futuro do jornal impresso)
Seguinte: uma agência de publicidade contratou a pesquisa para saber do alagoano qual o veículo de comunicação que ele utiliza para se informar. Em Maceió, pela ordem, o resultado foi o seguinte:
Em primeiro lugar: Internet
Em segundo lugar: rádio
Em terceiro lugar: televisão
Em quarto lugar: jornal.
No Interior a pesquisa foi realizada em Arapiraca, Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia e o resultado, pela ordem, foi esse:
Em primeiro lugar: rádio
Em segundo lugar: Internet
Em terceiro lugar: televisão
Em quarto lugar: jornal
O mais grave no resultado da pesquisa é que, no rol de 100, os jornais têm apenas 4% da preferência do leitor. Dizem que é porque o alagoano não gosta de ler, mas não é verdade e a bienal do livro, em outubro, pode desmentir essa assertiva.
O problema é que ninguém quer ler notícia velha.
Vejamos: na segunda-feira 12, as 7 horas da manhã, os portais de notícias e as rádios noticiavam exaustivamente a prisão da prefeita de Anadia. Aqui mesmo no Cada Minuto, o jovem jornalista Jonathas Marresia e o cinegrafista Maciel Rufino foram acionados às 6h30min para cobrir a prisão da prefeita, de modo que antes do meio-dia todo o estado já sabia da prisão.
Na terça-feira 13, ou seja, um dia depois, a manchete dos jornais era: POLÍCIA PRENDE A PREFEITA DE ANADIA
Claro, isso não é manchete; é afronta à inteligência do leitor. Quem vai pagar por um pedaço de papel com notícia de ontem?
Conclusão: não é o alagoano que não gosta de ler, mas o alagoano que está ficando sabido. E o problema da queda brusca na venda e tiragem dos jornais é nacional. Aqui em Brasília, no começo da década de 1990, eu morava na 710 Sul e acordava com a cantilena dos garotos oferecendo o jornal.
Eles anunciavam numa voz melódica: “Cor-rê-io, Cor-rê-io”.
Hoje os meninos sumiram. Não se vê ninguém mais anunciando nem vendendo jornais nas ruas de Brasília.
Lamentável.