Brasília – Um colega jornalista aqui me perguntou sobre o PT em Alagoas, qual a chance que o partido tinha de chegar ao governo do Estado e eu respondi: a mesma chance que nós temos de ver o Roberto Carlos cantando de bermudas.
Ele riu; todos riram com a comparação que ilustra a impossibilidade.
Diferente do Piauí, por exemplo, onde estive entre 1989 e 92 e acompanhei o Welington Dias – que era presidente do Sindicato dos Bancários e se elegeu governador. Hoje é senador e o reencontrei aqui em Brasília.
Eu era amigo do Osório Júnior, um jornalista recém formado pela UFPI, e que era filiado ao PT e assessor de imprensa do Sindicato dos Bancários, e me apresentou ao Welington. O Osório faleceu precocemente com pouco mais de 30 anos de idade, e não viu o seu assessorado chegar ao lugar que ele ajudou a pavimentar.
O Osório me dizia: o objetivo do Welington é ser governador. E eu duvidava porque no Piauí tinha caciques demais, que eram verdadeiras raposas: o finado e saudoso Alberto Silva, o Hugo Napoleão, o Wall Ferraz, o Freitas Neto, o Lucídio Portela, o Paes Landim, o Mão Santa...
Além disso, eu achava o eleitorado piauiense super-conservador e extremamente religioso. Por coincidência feliz, na época o arcebispo de Teresina era dom Miguel Fenelon Câmara, que tinha sido arcebispo de Maceió e já o conhecia por várias entrevistas.
Dom Miguel dizia que “o PT vai dar muito trabalho aqui”. E deu mesmo; o atual senador Welington Dias, que é funcionário da Caixa Econômica Federal, chegou ao governo do Estado desbancando aquelas raposas.
Não me surpreende que duas das escolas públicas de melhor conceito no país estejam localizadas no Piauí. Deu-se sim uma verdadeira revolução no Piauí.
E Alagoas? O PT como vai?
Não vai. Sequer tem vereador em Maceió – o vereador Ricardo Barbosa é agregado. E, com exceção do Paulão, a chance de eleger um vereador é diretamente proporcional à Secretaria Municipal de Educação e ao aumento do número de vagas. Fora isso, é nulo.
E não pense que esse é apenas uma leitura pessoal do quadro. Não é não. A presidente Dilma nomeou a superintendente do porto, Rosiana Beltrão, à revelia do partido. E não está nem aí para o partido – que, para piorar a situação, está se nivelando por baixo.
Ora aceita ovelhas desgarradas, ora se alia ao mal.
E, para que se entenda o que se passa em relação em 2012, a ida do vereador Galba Novaes para o PT, se se concretizar, é obra do senador Fernando Collor.
E é também a única chance que o PT tem de disputar a prefeitura sem fazer feio. Quando eu disse ao amigo que a chance do PT em Alagoas está nas mãos do Collor ele pediu explicação. E eu expliquei, expliquei, mas não justifiquei.
Alguém, pois, pode justificar?