A maioria das queixas de investidores que chegam à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), reguladora do mercado de capitais, são de problemas ligados à negociação de ações. No primeiro semestre, 35% dos processos eram queixas contra corretoras e bancos na hora de compra e vender ações,informa reportagem de Toni Sciarretta e Giuliana Vallone para a Folha.
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Nesse grupo, 66% das manifestações reportavam ordens não cumpridas ou realizadas sem autorização.
Segundo José Alexandre Vasco, superintendente de Proteção ao Investidor da CVM, muitas queixas pedem o ressarcimento de prejuízos com operações, função que não é exercida pela CVM.
Para ressarcir perdas, a BM&FBovespa conta com o MRP (Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos), um fundo criado em 2007 para lidar com casos de falhas comprovadas nas negociações e que pode reembolsar até R$ 70 mil desse prejuízo.
Em 2008, auge da crise financeira, o MRP recebeu 143 reclamações, a maioria por conta de prejuízos causados pela queda no preço das ações. Se o cliente identificar uma irregularidade na atuação da corretora, o MRP pode abrir processo. O investidor, no entanto, não tem ressarcimento nesses casos.
Neste ano, até 15 de agosto, só 28 reclamações foram recebidas pela Bolsa --80% menos do que em 2008.