A notícia de que o Tribunal de Contas do Estado está investigando concursos públicos suspeitos de irregularidades em Alagoas deve ser comemorada em nosso estado.

Demorou hein?

Não comento a investigação em curso empreendida pelo Tribunal, nem falo dos municípios atualmente apontados como suspeitos. Cabe aos gestores destas cidades se defenderem e, se isentos, darem continuidades a seus certames, dentro da Lei, primando pela responsabilidade, beneficiando a população.

Minha fala aqui é geral, pois há muito tempo esta fiscalização em todo o estado era esperada.

E por que?

Porque se há uma unidade da federação com histórico de supostas fraudes em concursos esta é a nossa sofrida Alagoas. Lamentavelmente!

Assistimos envergonhados a um espetáculo de “maracutaias” de toda a espécie na seleção e na contratação de servidores concursados. Historicamente!

Neste ponto, fundamental reconhecer que a gestão “socialista” do ex-governador Ronaldo Lessa foi um marco positivo ao organizar os concursos em Alagoas. Imprimiu-se desde então mais lisura e democratização às vagas efetivas no serviço público.

Mas o câncer do concurso público com “peixada” ainda resiste em nosso estado!

E quais são os tipos desta doença maligna e mortal?

Vejamos somente alguns deles, pois são vários:

Tem aquele “esquema” mau caráter do gestor que superfatura ou contrata a “organizadora” sem licitação.

E olha que algumas “organizadoras” fazem o patrono da Fundação Carlos Chagas se revirar no túmulo de tão mequetrefes e “desorganizadas” que são, sendo cretina a justificativa do “notório saber”!

Nesta “beleza” de contrato, os recursos públicos investidos em uma simples prova para contratar coveiros terminam sendo proporcionalmente superiores aos que o governo federal gasta para aplicar o Enem em todo o país.

Mais outro: antes do concurso, os cargos já são destinados ao primo, à irmã, à comadre, ao filho, ao genro, à avó, ao papagaio, à amante e a até ao “Ricardão” da esposa!

Aí incautos cidadãos se inscrevem e mesmo quem é superdotado e “fecha” a prova toma aquele susto quando sai o resultado, sendo reprovado.

É o tipo de concurso em que até Albert Einstein levaria um belo “pau”, simbolicamente e com todo o respeito, em uma prova de Exatas.

E depois acontece algo “mágico”, “sobrenatural”: todos os “aprovados” tem o sobrenome do prefeito ou da prefeita. Ou são pessoas muito “próximas” a ele ou a ela.

Outra estratégia malandra é a de oferecer 1 vaga para o cargo de, digamos, “Assessor de Porcaria Nenhuma”.

Aí o parente ou amigo se candidata, faz a prova para “Aspone” e fica na 12.456º colocação.

Como resolver o impasse?

Simples.

Contratam-se 12.457 “Aspones”, fazendo a fila andar mediante um “milagre” instantâneo da multiplicação de cargos, rápido que nem miojo!

Todos saem felizes, inclusive o “pistolão”.

Menos a “viúva”, mais uma vez saqueada pelo gestor mal intencionado.

Uma destas "táticas" é bem canalha: o município abre o concurso com 100.000 vagas!

Ai se inscrevem 1.000.000.000 de pessoas, confiantes na idoneidade da prova, pagando nada barato (as vezes muito caro!) pela inscrição, gerando um caixa astronômico para os “bolsos” do administrador público, digo, para os “cofres” públicos.

E o que acontece?

Expira-se o prazo e somente 1 “sortudo” é nomeado e empossado na vaga (felizmente a Justiça brasileira já criou jurisprudência para acabar com esta pouca vergonha e com esta humilhação).

E o resto, faz o que?

O resto que chupe dedo e fique desmoralizado!

Ah, o resto que se "exploda"!

Se for pobre e sem parente importante, então? Que se dinamite!

Parabéns ao Tribunal de Contas e a seus servidores, em especial aos servidores CONCURSADOS HONESTAMENTE que estão a frente desta corajosa e necessária investigação!

E quem jamais tomou conhecimento de alguma destas atrocidades contra nossa cidadania, que atire a primeira pedra!

 

 

 

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