Era uma vez uma moça muito da cheia de frescura!

Namorar? Casar? “Nhanhar”? Só com o escolhido! Conta bancária era importante, mas se não fosse “liso batendo”, já quebrava o galho. Silvinha era terrível!

Leu na revista uma reportagem sobre “metrossexual” e enlouqueceu. Queria um homem assim. Sensível, delicado, vaidoso, educado, gentil, que curtisse “DR”, Madona, NXZero,  literatura escandinava, Luan Santana e “petit gateau” diet “com bolinho bem quentinho...”. E tinha que ter pós-graduação! O homem tinha que ser antes de tudo um poço de cultura, bondade e gentileza.

Estava cansada de “troglodita” que usava camisa de time de futebol, olhava para trás em busca de traseiro de mulher alheia, tomava cerveja com a “galhera” no sábado após o “racha” e só pensava em sexo e sacanagem. 

Foi ai que conheceu o Alisson George Paixão de Pinto. Fina flor da elite, família usineira de “cabra macho” do sertão. Foi paixão à primeira vista! Recíproca, inclusive declarada pelo galã. Tinha fama de garanhão.

Começaram a namorar sério.

O rapaz era “ex-emo”, por isso guardava aquela franja sedutora e máscula. Conheceram-se na manicure. Ela, retirando cutícula. Ele, pintando as unhas de base “blanche cristal”, última moda de Paris. Trocaram msn e skype, e ele fez questão de entregar seu portfólio de moda para ela. Sim, era estilista o garanhão.

O rapaz só usava perfume francês e tinha uma coleção de calças “saruel”, que ficavam “hiper fashion” com as sapatilhas que ele usava, sempre com camiseta gola em V cavada, a la Fiuk, mostrando o peitoral depilado, “super sarado”.

Comportadíssimo e respeitador, era namorador “de porta”, só com mão na mão e rápidas “bitocas”.

Hummm, que fofo!

Silvinha se enfeitiçou. Oficializaram o namoro.

O rapaz, educado em escola tradicional de irmãs religiosas, tinha feito voto sacrossanto: “sexo, só após o casamento”. Gostava de música teen e pop, cinema e artes em geral, mas seus ídolos eram o Miguel Falabella e o cantor baiano Netinho.

Era politizado. Mesmo em Maceió, fez campanha à distância para o então candidato Jean Wyllys, mostrando que era “homem” engajado na política. Vibrou com a eleição do "psolista" para deputado federal pelo Rio de Janeiro.

E dinheiro tinha, inclusive um carrão, todo decorado com inúmeros bichinhos de pelúcia e banco forrado com pele de zebra branco, preto e rosa. Um luxo de bom gosto. E tinha um motorista o fino rapaz. Dizia que era seu “primo”. Era o Marcelinho, meio bombado, voz grossa e peito cabeludo.

Silvinha achava lindo o gesto altruísta de Alisson para com o primo. Era sempre um presentinho, ligações e cuidados especiais. Em toda a viagem, o casal levava o Marcelinho porque o marombeiro tinha a “receita certa” para curar as fortes crises de asma e enxaqueca que acometiam o namorado da moçoila, futuro reprodutor.

Pois bem, marcaram noivado, casaram. A cerimônia foi um “eeeeeschcâââââââââââââdalooooo” segundo o já maridão. O DJ “aaaaarrrrraaazzzoouuuu” na pista, com dance dos anos 70 e com a trilha sonora do filme “Priscila, Rainha do Deserto”.

Saíram em lua de mel. Destino, os Estados Unidos. San Francisco. Marcelinho foi junto, claro!

Não deu um mês, separaram-se.

O motivo foi ignorado e jamais comentado na alta sociedade.

Após um ano, Silvinha foi encontrada no Estádio Rei Pelé, com lata de cerveja na mão, torcendo para jogo da Série Z do campeonato brasileiro.

Ao seu lado “secando” e “apertando” a mulher recém separada, um moreno alto legítimo “cafuçu”, cara de malandro, palito de dente na boca já suja de falar palavrão para o juiz.

Dalí, iriam a uma vaquejada numa cidade do interior, com show da banda “Maloqueiros Forrozeiros” ao final.

Silvinha “gritava” junto, tinha virado boca suja também. E a cada “FDP” para o juiz ganhava um “tapinha” na “poupança”. Ela era só alegria.


 

Moral Cafajeste da História (com apoio do "oráculo" internet): Não fique à procura do Príncipe Encantado. Procure o Lobo Mal. Ele te vê melhor, te ouve melhor e ainda, no final, ele te com... devora!

 

 

Vai lá! Estou no @weltonroberto