Amigos, não há como resolver o problema da violência em Maceió sem mudar radicalmente a estrutura das polícias. É preciso fazer altos investimentos em contratação e equipamentos para inteligência policial e monitoramento das ruas. Não há outra saída. Essa é a nossa prioridade.

Eu sei que a educação é importante, que a saúde é importante... Mas na situação atual, a segurança é a prioridade. Vivemos dias difíceis. A violência é grande demais. Mais de 60 assassinatos por 100.000 habitantes? Como chegamos a esse nível?

Não podemos entrar naquela de dizer que a razão da violência é a desigualdade, ou que temos que trocar delegacias por escolas. Isso é uma bobagem!

Esse discurso é, na verdade, uma forma de os responsáveis pela segurança pública fugirem de suas responsabilidades. Certo dia, após mais um assalto, uma amiga ligou para a polícia. Sabe qual foi a resposta? Não poderiam fazer nada, pois a criminalidade naquela região era culpa da “questão social”.

Estamos arrumados, não é? Policial querendo dar uma de sociólogo!

Como diz meu amigo Professor Alberto Jorge, é claro que a violência tem múltiplas causas. Até a iluminação das ruas diminui a criminalidade. Nem por isso será interessante transferir a iluminação pública para as atribuições da Secretaria de Segurança...

Esse discurso é tão idiota, que dá até preguiça. Mas eu vou dizer o óbvio. Nos últimos dez anos, o Nordeste foi a região que mais cresceu e diminuiu a pobreza. Ao mesmo tempo, foi a região em que a violência mais cresceu!

A questão essencial para conter a violência, amigos, é, no mínimo, uma polícia ostensiva competente e uma polícia judiciária inteligente!

Façam o teste. Visitem uma delegacia em Alagoas. Vejam como trabalham os policiais. Fora a falta de infra-estrutura, há os malditos policiais covardes, incompetentes e os corruptos. Os policiais honestos, coitados, sobrevivem tentando salvar o mundo com um salário ridículo.

Há ainda uma questão estratégica que deve preocupar o governo. Durante muito tempo, Recife foi considerada a capital mais violenta do Brasil. Enquanto isso, cidades como Maceió e João Pessoa se orgulhavam de sua vocação pacífica de cidade pequena. Apesar da fama do crime organizado em Alagoas, não havia esse clima de insegurança em que vivemos hoje. Por isso mesmo que, até hoje, vários alagoanos ainda têm medo de andar em Recife. É o sentimento de insegurança, completamente irracional, já que, hoje, Maceió exibe índices de violência dignos de campos de guerra.

Estava conversando com amigos que moram no Rio Grande do Sul, e eles me contaram que as pessoas ainda têm esse sentimento relacionado a Recife. Medo de conhecer a cidade por causa da violência. Por isso, não se enganem. Se passar mais tempo nessa situação, Maceió ficará cada vez mais conhecida como uma cidade violenta.

Evidentemente, estou pensando numa das nossas mais importantes fontes de renda, o turismo. Mesmo depois de uma eventual diminuição da violência, ainda passaremos muito tempo com a imagem de uma cidade violenta. E essa imagem é difícil de tirar.

O discurso de que a violência aumentou em Alagoas desde o governo passado é verdadeiro, mas não é legítimo. O governo atual precisa assumir suas responsabilidades. Como disse meu amigos e blogueiro Welton Roberto, que tal seguir o exemplo do seu colega de partido em São Paulo, governador? Lá, não tem segredo. É polícia investigando e prendendo bandidos. Uma receita antiga, mas que funciona.