Basília – Tudo aqui na Capital federal apontava para o Ministério do Trabalho como a bola da vez de mais um escândalo no governo da presidente Dilma Rousseff – que, diga-se por justiça, tem se saído até agora muito bem; os escândalos não lhe atingiram, mas nem de raspão.

Dizem por aqui que o problema no Ministério do Trabalho é com o programa destinado aos jovens, cuja prática velha de corrupção levou ao desvio de uma bolada. Não por coincidência, o desvio de dinheiro foi mais acentuado em 2010 – que foi ano eleitoral.

Mas, eis que a bola da vez era o Ministério do Turismo – que o Ministério Público e a Polícia Federal já investigavam.

A ponta do novelo foi a liberação de dinheiro para treinar profissionais para o turismo, no Amapá. Que atração turística tem no Amapá capaz de justificar a soma vultosa liberada?

Pelo que se conhece, a principal atração turística da região é o Parque Nacional, mas este fica na Guiana Francesa; é administrado pelo governo da Guiana.

Diante de sucessivos escândalos, o amigo internauta pode estar pensando: isto não vai dar em nada. Outros podem estar perdendo a esperança e outros mais podem estar decepcionados, e todos com razão, mas só a sociedade pode resolver esse problema.

Outro dia li um artigo do Arnaldo Jabot no “Estado de S Paulo”, onde ele escreveu: “Foram-se os milicos e ficaram os ladrões”.

O Ministério Público denuncia, a polícia executa, mas quando o processo chega à Justiça tem um verdadeiro labirinto a se percorrer e recorrer. O tempo vai passando e a impunidade estimula outros crimes, de modo que não há mais um ministério em que se possa confiar.

Sobra o governo e aí está o “xis” da questão, que o Lula sem diploma de nível superior encontrou e aplicou – que é: mantenha distância; não se misture.

Até agora a presidente Dilma atravessou incólume a turbulência e, com a faxina que fez, mostrou à nação que entre ela e o ministério que nomeou tem uma distância que a proteje da mistura – ela não vai se deixar se nivelar por baixo e esse é o “xis” da questão.

Depois do Transporte, o Turismo; depois do Turismo é qualquer um “porque os milicos se foram e ficaram os ladrões”.