Amigos, eu, sinceramente, acredito na existência de esquerdistas que se renderam ao regime democrático e ao livre mercado. Acredito na existência de esquerdistas que abominem o regime cubano e que sejam contra terroristas como as FARC ou Cesare Battisti.

O problema é que alguns esquerdistas se renderam à democracia por mera conveniência. Fora aqueles que sequer se renderam à democracia. Sendo assim, eles ainda mantêm o discurso autoritário do velho marxismo. Alimentam ainda uma utopia insana, que, quando foi posta em prática, matou na casa dos milhões. Essa turma não admite criticar seus terroristas. Para eles, o terrorismo se justifica, desde que seja de esquerda.

Quer tirar a dúvida? Peça para seu amigo esquerdista falar mal das FARC. Pergunte o que ele acha de Cesare Battisti. A resposta você já conhece.

Para esse povo, o terrorismo não passa de um meio legítimo para obter vitórias políticas na consolidação de uma utopia. Ou, no mínimo, é uma resposta da classe dominada contra a classe dominante. (Daí o amor que eles têm pelo Hamas e pelo fundamentalismo islâmico) Aquela bobagem de sempre. Resumindo: para essa turma, matar inocentes é um meio legítimo de fazer política.

É triste dizer isso, mas esse ideário violento – que decorre também de uma interpretação do marxismo – está arraigado na cabeça de muitos jovens que ainda acreditam na causa de uma sociedade radicalmente igualitária. A “revolução”, para eles, é mais importante do que a luta democrática. A isso se juntam o antiamericanismo e todo aquele ideário da dominação européia.

Quando, todavia, o terrorismo é praticado pelo “outro”. Ai já é um ato covarde... Quando escuto a extrema-esquerda violenta criticando o ato terrorista desse maluco norueguês eu penso: que mundo é esse? Quero dizer o seguinte. Um canalha assassino que nem esse norueguês seria idolatrado por alguns dos seus críticos se ele fosse um marxista!

Vejam só que mundo mais interessante. Intolerantes de todo o mundo concordam em uma coisa: a violência contra pessoas inocentes é legítima. No que discordam? Nos fundamentos das ações violentas. Percebam, amigos. Terroristas de todas as ideologias se combatem, mas quem morre é gente comum. Gente que só quer viver sua vida em paz.

É hora de os verdadeiros democratas darem um basta no discurso violento.

Depois desse massacre, a imprensa segue numa toada só. Acusam os partidos de direita conservadora na Europa de incitarem a xenofobia e a intolerância. Bom, o fato é que não conheço ninguém sério que se considere de direita, mesmo os mais conservadores, que defenda ações violentas para atingir seus objetivos políticos. Essa turma hoje se resume a alguns malucos “neonazistas”.

Ora amigos, não simpatizo com esses partidos europeus de direita conservadora, mas é perfeitamente legítimo defender que seu país se proteja contra a imigração desenfreada. Todo partido tem o direito a pedir menos imigrantes. Isso, por si só, é xenofobia? Até onde eu sei, nenhum desses partidos considerados de direita conservadora na Europa relativizaria um atentado como esse. Posso dizer o mesmo dos partidos esquerdistas? Pensemos no Brasil. Qual a opinião do PT ou do PSOL sobre as FARC?

Por falar em PSOL, olha o absurdo que o Sr. Jean Willys, deputado federal pelo PSOL, disse, ao falar do atentado na Noruega.

“Algo disso já podem ser observados por aqui, como no recente massacre perpetrado por um cristão fanático na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, subúrbio do Rio de Janeiro, no qual a velha mídia optou por não dar ênfase ao seu fanatismo cristão. Também está presente nas campanhas difamatórias orquestradas e tocadas por cristãos fundamentalistas nas redes sociais contra aqueles que defendem os direitos dos homossexuais e dos adeptos da umbanda e do candomblé, a legalização do aborto e a laicidade do Estado brasileiro”.

Pois é. O deputado fez uma absurda comparação entre os ataques em Oslo e o massacre de Realengo! Desonestidade intelectual pura. Acusa um crescimento da intolerância no Brasil, tudo isso decorrente do “fundamentalismo cristão”. Qual a prova dos seus argumentos? Qual autoridade religiosa cristã acolheu o tal do Breivik? Ora, amigos! Uma coisa é constatar um indivíduo perturbado e intolerante (única comparação possível entre os casos de Realengo e de Oslo). Outra muito diferente é acusar a existência de um crescente “fundamentalismo cristão”. Tenha dó!

Antes de acusar uma conspiração para o terrorismo cristão ou a crescente intolerância religiosa no Brasil (onde?), o Sr. Jean deveria olhar para os ídolos do seu próprio partido. Devia perguntar quem é Achille Lollo, só para ficar num exemplo. Já é hora de a esquerda parar de relativizar as ações violentas praticadas pelos seus.

Para encerrar, acho o seguinte. Mais importante que a distinção entre esquerda e direita é a distinção entre democratas e autoritários.

Democratas de todo o mundo, uni-vos.