Brasília – A presidente Dilma Rousseff surpreendeu outra vez e mandou a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ligar para Luiz Antônio Pagot e dizer que ele – que está de férias – não voltaria mais para o cargo de diretor do Denit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte).

Personagem do escândalo que levou à demissão do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, o diretor do Denit tentou salvar o cargo pedindo férias. Quis assim esperar a poeira baixar e voltar ao cargo.

Mas, a presidente Dilma sacou a jogada e mandou dizer-lhe que o jogo acabou.

No episódio da demissão do diretor do Denit há um ponto a considerar e que soma ponte em favor da presidente Dilma - que age diferente de Lula e não vê nas denúncias “nenhum complô” contra o governo; até agora a presidente tem adotado uma postura de ouvir, avaliar e decidir – ainda que indo de encontro ao ex-presidente.

Lula encarregou o PMDB (leia-se o vice-presidente Michel Temer) e seu fiel escudeiro no Palácio do Planalto, Gilberto Carvalho, para convencer Dilma a manter Pagot no cargo. Contam por aqui, no chamado “rádio corredor”, que houve entra a presidente e Gilberto Carvalho o seguinte diálogo.

- Na minha avaliação é possível manter o Pagot – insinuou Gilberto Carvalho.

- Se for para manter ele (Pagot) então vamos de ter manter todo mundo – reagiu a presidente.

Pelo menos para nós, alagoanos, que esperávamos a submissão da presidente Dilma ao “padrinho político”, tal postura surpreende. Quer dizer: surpreende, mas não muito. Em 2002 eu tive a oportunidade de ouvir uma palestra e depois conversar com a então secretária estadual de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff.

Foi no intervalo para o lanche, durante o seminário sobre energia promovido em Salvador (Hotel Catussaba) pela Petrobras, Chesf, Ministério das Minas e Energia e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

A então secretária do Rio Grande do Sul falou sobre energia alternativa e centralizou a sua palestra na produção de energia a partir das termelétricas.


Depois de me apresentar como jornalista alagoano, eu disse a ela que Alagoas produzia 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia e ela respondeu com a célebre e inesquecível frase:
- “Se o seu estado produz isso mesmo que você está me dizendo e não tem uma termelétrica, desculpe-me, mas é um estado de otários”.

A presidente Dilma estará visitando Alagoas por esses dias. Que tal pedir a ela para ajudar o Estado a montar uma termelétrica?

O problema, caros internautas, é que a Bahia, Sergipe e Pernambuco ficam com 80% do nosso gás – que parte da Chã do Pilar por gasoduto direto para Camaçari e Cabo de Santo Agostinho.

E os 20% que nos restam mal dá para o consumo interno.