Brasília – Acompanho daqui de Brasília mais um escândalo no Hospital Sanatório. Depois de ter realizado cirurgias em celebridades que jamais estiveram em Maceió, só para desviar dinheiro do SUS, sabe-se agora que criminoso ferido em confronto com a polícia se não baixar no HGE, tem atendimento vip no Sanatório.
Ninguém está questionando o atendimento médico, porque é dever do médico salvar vidas seja a vida de quem quer que seja. O que se questiona é a omissão sobre a identidade do paciente – que é um delinqüente responsável por um homicídio. A justificativa do hospital é apenas a tentativa de desviar o foco da questão; claro que o hospital agiu corretamente ao atender o paciente.
Mas, agiu criminosamente quando tentou acobertar o crime.
Pergunta-se: se o paciente não tivesse 8 mil reais, e ainda mais no estilo “forminguinha”, ou seja, uma nota atrás da outra, o médico o teria atendido? Se fosse paciente do SUS, o médico teria atendido?
Agora atenda.
A questão, doutor, não é o atendimento porque vocês prestam um juramento para salvar vidas. A questão é a omissão sobre a identidade do paciente e a explicação mentirosa do médico, que disse que fez uma intervenção para “enxerto” quando, na verdade, tratou de um ferimento à bala.
E tem mais: a tia do delinqüente é enfermeira do hospital. Será que ela participou do atendimento?
A explicação do hospital é apenas a tentativa de se livrar da culpa. Mas, na verdade, não explica nem justifica. Mas, como mesmo na desgraça pode-se tirar algum ensinamento, pelo menos a polícia agora já sabe para onde vão os criminosos feridos em confronto com a polícia que não chegam no HGE.
Outro detalhe: se não fosse a coragem cívica e cristã de funcionários do próprio Hospital Sanatório, que não concordam com a prática delituosa, ninguém ficaria sabendo que o criminoso foi atendido – e bem atendido – no hospital.
Pergunta-se: os 8 mil reais pagos ao Hospital Sanatório pelo atendimento ao criminoso é dinheiro lícito ou é produto de roubo?