Brasília – O tema agora é o sigilo eterno dos documentos oficiais, que uns se mostram contrários e sem saber que dizem; e outros saber o que dizem por isso são favoráveis.

Esta semana o senador Fernando Collor (PTB), que sabe o que diz e teve a coragem de sustentar seu ponto de vista favorável ao sigilo eterno, recebeu o ministro da Defesa, Nelson Jobim, na Comissão de Relações Exteriores – que ele preside.

Collor disse a Jobim que a questão são os “segredos de Estado”, especialmente os projetos na área de tecnologia militar, e Jobim respondeu que esses documentos estão sob proteção.

Depois vem a questão dos “direitos humanos”, que não prevaleceram durante o período de exceção que o País viveu com os governos militares, e estes documentos também estão sob proteção.

Então, afinal, o que se discute?

A rigor, nada, porque a proposta de limitar o sigilo desses documentos por 50 anos é apenas o modo cavalheiro de empurrar o problema com a barriga. Se a proposta for aprovada, é preciso entender que daqui a 50 anos, se o governo da época entender que não deve permitir o acesso aos documentos, ele renova o prazo por mais 50.

Pelo visto, o que se discute agora é o sexo dos anjos, porque só um irresponsável vai permitir que se conheça os chamados “segredos de Estado”.