Brasília - Na semana passada o senador Renan Calheiros (PMDB) apresentou seu parecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado mantendo a reeleição para o Executivo ( presidente da República, governador e prefeito) contrariando a “Comissão de Notáveis” do Senado que aprovou o fim da reeleição.
Na edição de sábado do Jornal do Brasília, o secretário da presidência da República Gilberto Carvalho, o “homem” do ex-presidente Lula e da presidente Dilma que não costuma dar entrevista, rompeu o silêncio e numa longa entrevista estilo “pingue-pongue”, mas sem a assinatura do repórter que o entrevistou, disse que a presidente Dilma é candidata a reeleição e que o presidente Lula ficará para 2018.
- “É natural que ela (Dilma) seja candidata à reeleição” – destacou o secretário Gilberto Carvalho.
Ora, nada é de graça. A “Comissão de Notáveis do Senado”, criada pelo presidente da Casa, senador José Sarney, é formada pelos ex-presidentes Fernando Collor e Itamar Franco. É a elite da Casa, por isso é chamada de “Comissão de Notáveis” – e eles votaram pelo fim da reeleição, mas aumentando o tempo de duração do mandato no Executivo de quatro para cinco anos.
Ato contínuo, o senador Renan Calheiros apresenta o parecer na CCJ que desfaz o que os “notáveis” propuseram e aprovaram.
Vou usar a expressão do amigo jornalista José Rangel, com 30 anos de cobertura no Congresso Nacional e larga experiência, que me disse: “jaboti não sobe em árvore e, se subiu, foi porque alguém colocou ele lá”.
Trocando em miúdos: ao ir de encontro à “Comissão de Notáveis” e defender a reeleição, o senador Renan Calheiros age por convicção e também porque a presidente Dilma pediu. É ou não é?