Em maio de 2003, o espetacular e inadmissível assalto à agência do Banco do Brasil em Palmeira dos Índios deixou à mostra o fio da meada. Ficou tudo muito cristalino.

E tudo porque a localização da agência do BB inviabiliza qualquer plano de assalto, exceto se os assaltantes tivessem a certeza de que não seriam importunados.

E não foram mesmo.

A viatura policial que todos os dias se posicionava na frente da agência, no dia do assalto, não apareceu; não estava lá.

Foi moleza. De tão seguro, um dos assaltantes foi à lojinha de doces e comprou chicletes. Mais tarde, a autoridade apareceu de helicóptero num exibicionismo de faz de conta que vai perseguir os assaltantes e, mesmo informada sobre o roteiro de fuga, optou por sobrevoar a região oposta como se quisesses dar tempo ao tempo.

- Por aí não, autoridade! Os assaltantes fugiram por ali!

De nada adiantou; a autoridade não ouvia. E não por coincidência, foi nesse período que durou até janeiro de 2007 quando aconteceram os assaltos a bancos impunes. A agência do BB de Boca da Mata era o alvo predileto.

O número de agência bancária assaltada em Alagoas no ano eleitoral e pós-eleitoral ultrapassou o limite do tolerável. Foi tão escandaloso que a Secretaria de Segurança Pública do Ceará fez o levantamento e subsidiou uma reportagem na Folha de S. Paulo, tal era o absurdo.

Entre 2000 e 2006 foram mais de 300 assaltos impunes. A situação só se reverteu depois das mudanças no comando da segurança pública, com a determinação do governador Téo Vilela de eliminar a ingerência política nas ações da polícia.

Aí começaram as prisões; pela primeira vez a polícia conseguiu desvendar os assaltos e prender os assaltantes de bancos.

O fio da meada que a autoridade ignorou por negligência ou conivência, em 2003, volta agora à tona. É só puxar.

De parabéns o governo e a polícia (Civil e Militar).