Brasília - Ao contrário do que se tem falado sobre a garantia do sigilo eterno de documentos, o senador Fernando Collor (PTB) disse que as informações sobre o governo dele e do atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB), “estão disponíveis à consulta” porque já se passaram 20 anos que ambos governaram o País.

O prazo para o sigilo dos documentos relativos aos atos do presidente da República é de 15 anos.

Collor propôs que a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, criada por sugestão da Câmara para regulamentar o acesso aos documentos oficiais, seja coordenada pelo vice-presidente da República e não tenha caráter decisório e sim consultivo.

- “Isto é para preservar o presidente da República, que não pode ser subordinado, pois seria quebra de hierarquia” – explicou.

O senador Fernando Collor comentou que houve interpretação errada sobre o sigilo eterno de documentos e garantiu que, sobre o período em que foi presidente da República, tudo está disponível ao público.

- “Fui presidente da República há vinte anos, portanto, todos os meus atos no governo estão disponíveis, assim como os atos do Sarney” – sustentou.

De fato, muita gente falou besteira e o Collor tem razão. Primeiro porque ele teve a vida pessoal e profissional, incluindo-se aí a Presidência da República, esmiuçada nos mínimos detalhes; e em segundo lugar porque todo o País – eu disse todo País – guarda o chamado “segredo de Estado” e tentar quebrá-lo é, no mínimo, ignorância.

Já imaginaram um “quinta coluna” com a chance de chegar a documentos que tratam do Sivan, por exemplo? A Marinha de Guerra está desenvolvendo um projeto para construção de um submarino nuclear e já imaginaram o “quinta coluna” com direito a conhecer os detalhes do acordo?

Alguém pode dizer que é contra submarino nuclear e este alguém se trata de um imbecil, porquanto um País das dimensões do Brasil não pode e não deve prescindir de armamentos modernos.

Quem já leu sabe e quem não leu sugiro ler Sun Tzu, que ensina:

- O objetivo da guerra é a paz.

Trocando em miúdos: quem deseja a paz deve se preparar para a guerra. Foi assim, é assim e será sempre assim.

O Collor tem razão gostem dele ou não.