O País se redemocratizou, mas de vez em quando pululam aqui e acolá os “Zés da Guerrilha”. São saudosistas do tempo em que tinham discurso porque se vivia no regime de exceção; nunca deram um tiro, mas eram “guerrilheiros”... da palavra.
Na questão do fim do sigilo eterno para documentos oficiais, que o senador Fernando Collor travou – no que fez muito bem – com o apoio do senador José Sarney, os “Zés da Guerrilha” se ouriçaram.
Um professor da UnB ganhou espaço na mídia por ter “descoberto” que Collor e Sarney são contrários ao fim do sigilo eterno, para proteger o que fizeram de errado nos seus governos.
Balela.
Collor teve a vida colocada de ponta cabeça, nenhum político jamais foi tão investigado quanto ele, e o que conseguiram “provar” foi a compra de um Fiat Elba com cheque do empresário Paulo César Farias – que foi o seu tesoureiro de campanha.
Essa má-vontade nacional contra os políticos nordestinos tem razão de ser; é duro para o sulista ter de aceitar a liderança de Sarney e Renan Calheiros, cujos gabinetes vivem sempre lotados. É duro aceitar a ascensão de Renan, a manutenção de Sarney e a ressurreição política de Collor.
Mas, essa má-vontade leva a se cometer erros. A grande imprensa “desinforma” quando omite que a manutenção do sigilo eterno de documentos é uma questão de segurança nacional, porque existem “segredos de Estado” que devem ser preservados.
E “segredo de Estado” tem aqui, em Cuba, nos Estados Unidos , na França, na China...
O que a presidente Dilma fez não foi atender ao pedido dos senadores Collor e Sarney para manter o sigilo eterno dos documentos públicos. O que a presidente Dilma fez foi agir com racionalidade e entender que o papel dos “Zés da Guerrilha” é mesmo de "atirar" à cega para abrir espaço na mídia a qualquer custo.
Estão de parabéns Dilma, Collor, Sarney e Renan.