O processo eleitoral da Ufal finalizado nesta semana com a vitória do professor Eurico Lôbo e da professora Rachel Rocha – ressalte-se, com maioria dos votos de estudantes, dos técnicos e dos docentes – nos proporciona algumas reflexões. Permitam-me indicar três entre as mais contundentes, com todo o respeito que tenho para com todos os demais postulantes ao cargo:

1ª Reflexão – A comunidade acadêmica da Ufal repudia, necessária e felizmente, o discurso do ódio, da incitação à baderna e do convite ao desrespeito

Foi o que mais se viu nesta campanha. A disputa pela reitoria se transformou em um cenário de segregação, perseguição e opressão, em especial executado pelas forças ditas “progressistas”, “defensoras” da liberdade e do debate, auto declaradas “inovadoras” ou que se diziam propor a Ufal “onírica”. O discurso do diálogo e da democracia descambou para o mais nefasto autoritarismo de centro ou de esquerda. Teve de “carreata” ameaçadora de carro plotado nos campi a gritos de guerra com ofensas pessoais, inclusive saindo de bocas candidatas à magnífica reitoria, que empunhavam bandeiras como os soldados do regime nazista. Os debates nos campi viraram palcos para “palhaçadas” aptas a desempregar os profissionais do picadeiro. A discussão sobre os rumos da Universidade em um estado miserável como o nosso não foi feito, ou foi inviabilizado por quem se afirmava democrata. E mesmo após a campanha ainda há grupos pregando a raiva e a desunião, agora travestidas de "mobilização".

2ª - Reflexão – A comunidade acadêmica da Ufal é contra radicalismo e quer propostas

Radicalismo sem causa não é compatível com a postura acadêmica. E ponto final! O cargo de Reitor ou Reitora impõe e exige respeito. A liturgia do cargo não pode ser jogada na lata do lixo. E os candidatos deram show neste quesito. Inimaginável ver em uma universidade pessoas pregando o discurso vazio de quem jamais gerenciou e acredita que gerir é fazer assembléia, mesmo eu ressaltando que a discussão sobre a gestão merece e precisa ser colegiada em questões macro. A postura foi assim: sou contra o governo, sou contra o Consuni, sou contra quem é diferente, sou contra quem pensa diferente de mim. Este foi o erro fatal da oposição: esquecer-se de propor e somente pregar, sim, um extremismo sem razão, sem noção e sem chão. Repito: houve um dilúvio de propostas vazias e feitas por quem acredita que vivemos, ainda, na época da Russia de 1917. Felizmente, mais de 50% dos votantes não caíram neste engodo.

3ª - Reflexão – Politicagem é para politiqueiros. Gestão é para gestor

O que estava, e está, em jogo é um projeto para promover mais desenvolvimento para nossa combalida Alagoas. Deixemos a politicagem – em especial a partidária, mesmo eu nada tendo contra as agremiações políticas – para os cafajestes que mancham a honra de nossa gente. Cafajestes que, lamentavelmente, existem e estão antenados e militando em todas as vertentes políticas, da extrema direita à extrema esquerda. Acredito como docente da Ufal que nossa Universidade cresceu demais nos últimos 8 anos, mas também tenho consciência de que nossa grande Ufal já tem problemas demais para o próximo reitor resolver. Por isso que experiência e conhecimento em gestão são essenciais. Todos têm o direito de defender seus ideais políticos, e acredito que a Universidade é um dos cenários onde esta consciência deve germinar, desabrochar, desenvolver-se. Agora não confundamos ideologias tacanhas com gestão de excelência, que é o que se espera de qualquer candidato à Reitor ou Reitora.

Fiquei sabendo que no final da apuração dos votos teve postulante ao cargo que se recusou a cumprimentar o candidato mais votado, mesmo saindo do local sob aplausos dos correligionários da chapa vencedora.

Triste!

Não é esta a Ufal rancorosa, pequena e intransigente que queremos!

 

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