O que está por trás da reportagem da revista The Economist contra Alagoas? Sim, porque o detalhe não está no escândalo, mas na motivação que levou o escândalo a vir à tona.

A violência em Maceió aumentou? Sim. Mas, não é verdade que Maceió é a Capital mais violenta do País, até porque não tem tamanho para isso. Imagine que Taguatinga, cidade satélite de Brasília, é maior que a Capital alagoana.

É verdade que a polícia alagoana não vinha cumprindo com seu papel? É verdade. Mas, melhorou muito e hoje já não se vê inquéritos policiais forjados e assaltantes de bancos impunes.

É verdade que a polícia alagoana forjava inquéritos e deixava assaltantes de bancos, de cargas e de carros livres? É verdade.

Mas, atualmente isso mudou.

A violência em Maceió é praticada pelos rebotalhos humanos que a sociedade refugou e pelos “filhinhos de papais” que enriqueceram ou se deram bem mediante a pilhagem do erário público e da delinqüência consentida - e não têm autoridade moral para impedir que os filhos também os sigam na bandidagem.

Não é coincidência o fato de as operações da Polícia Federal ter na agenda endereços vip no Aldebaran. E aí vai a diferença de Maceió, porque o bandido está na grota ou nos condomínios de luxo.

Violência é em Salvador. A polícia soteropolitana, sim, é que não tem cumprido nem o seu papel e aconselho a ninguém ficar além das 20 horas nas ruas da Capital baiana – exceto se for em caravana.

Aliás, a violência, os preços exorbitantes e a mesmice levaram a uma queda substancial no fluxo de turistas para Salvador. Até o Carnaval, outrora muitíssimo concorrido, teve de pedir auxílio às escolas de samba carioca para tentar reverter a baixa.

Enquanto isso, o fluxo turístico em Maceió está crescendo; a Capital alagoana está bombando no ranking das cidades brasileiras mais visitadas.

Cá fico eu a matutar: será que o que está por trás da reportagem do The Econimist não é inveja de Maceió?

Particularmente eu acho que é por aí. E vocês?