A frase do ex-presidente Lula pôde ser comprovada na convenção nacional do PSDB, sábado aqui em Brasília, quando o senador Aécio Neves (MG) ganhou tudo o que quis e José Serra (SP) ficou chupando dedos.
Por que Aécio ganhou tudo?
Porque Aécio tem mandato e Serra não tem – e político sem mandato, nem vento bate nas costas.
Aécio Neves ganhou a presidência nacional, a secretaria-geral e emplacou o presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), que Serra reivindicava.
Para não dizer que saiu de mãos abanando, Serra ficou com a presidência do Conselho Político do PSDB – que é igual ao cargo da rainha da Inglaterra: reina, mas não governa. Ou seja: não tem poder de veto nas decisões do partido.
Transferindo a experiência nacional para Alagoas, a carapuça que mais combina serve ao prefeito Cícero Almeida – que se ficar sem mandato abre a guarda; dois anos sem mandato, para quem está sendo denunciado pelo Ministério Público, é um risco que convêm não correr.
Além de Deus, o prefeito tem de se pegar também com o senador Renan Calheiros – que é o único na terra que pode lhe salvar. Se Renan nada puder fazer por ele, ninguém mais poderá e aí é observar os sinais luminosos, apertar o cinto e entregar a Deus porque o piloto sumiu.
Almeida está brigando agora com o governador Téo Vilela e o senador Benedito de Lira. Na situação em que se encontra, sob risco judicial, é prudente não abrir o leque de desafetos. Os depoimentos que Almeida gravou na campanha eleitoral favoráveis a Téo e ao Biu estão ainda muitos vivos na memória – e no arquivo de ambos.
Se lançados ao ar, numa nova campanha, terão o efeito demolidor de personalidade. Aliás, foi isso que a deputada federal Célia Rocha experimentou em 2006, quando rompeu com Téo.
O prefeito Cícero Almeida está desafiando muita gente e não pode ficar sem mandato porque, como disse o grande Lula,político sem mandato nem o vento bate-lhe as costas.
É ou não é?