Os acidentes ocorridos na Braskem - sendo que o vazamento ocorrido no sábado foi destaque no Fantástico - também preocuparam representantes de associações de bairros circunvizinhos, onde há comercialização de produtos artesanais, que são tradição em Alagoas, como o filé. No Pontal da Barra, onde a circulação de turistas é intensa, líderes comunitários tiveram que apresentar um documento ás agências de turismo, atestando que no local não há riscos.

De acordo com a presidente da Associação das rendeiras do Pontal, Lígia Minin de Lins, mesmo não tendo sido atingidos, os moradores do bairro ainda tentam retomar a vida normal. Ela contou que as lojas estão abertas e que o filé continua sendo feito. No entanto, Lídia lembrou que há dois anos a Braskem não realiza simulado com a comunidade local, projeto idealizado por vários líderes comunitários da região.

“Pedimos à Braskem um documento para que os ônibus das agências continuem entrando no Pontal, que foi apresentado ao Grupo dos receptivos das agências de turismo. Acredito que os visitantes podem ficar tranqüilos porque o local mais atingido foi o Trapiche, já que no dia do primeiro acidente o vento estava contrário ao nosso bairro”, informou.

Segundo Lígia, vários líderes de comunidades reivindicaram a realização do treinamento com a população. “Passamos três anos discutindo e foram 8 anos de treinamento. Acredito que a comunidade saberia como agir em caso de vazamento, pois há um ponto de encontro. Agora o simulado só está sendo feito no Trapiche”, destacou ela questionando o fato do alarme não ter sido soado no dia do primeiro acidente, após o qual 130 vítimas deram entrada no Hospital Geral do Estado.

“Todos que participam do simulado sabem que caso o alarme toque é preciso pôr em prática o que aprendeu. É certo que o Pontal não foi atingido, mas nos outros bairros o alarme só tocou 15 minutos depois, quando na verdade teria que ter sido acionado imediatamente” ressaltou a presidente da associação que explicou que ela e os demais líderes comunitários da região vão solicitar esta semana uma visita à Braskem.

Sobre afirmações de funcionários da indústria de que a manutenção no local tem sido precária ela reforçou que só poderá se pronunciar sobre o assunto após participar de uma “vistoria”. “Vamos formar uma comissão junto com todos os líderes de associações do Pontal e do Trapiche. Queremos acompanhar, junto com um engenheiro, a situação da área industrial da empresa. Se algum tubo estiver remendado vamos ficar atentos. Sempre fomos bem recebidos pela diretoria da Braskem”, destacou.