Ao derrubarem o veto do governador Téo Vilela ao reajuste de mais de 100% nos subsídios, os deputados demonstraram que não estão mesmo nem aí para o Estado e para o povo – que se exploda.
Sem entrar no mérito da questão, ou seja, se o reajuste é ou não justo como alegam alguns deputados em causa própria, a derrubada do veto coincide com o momento de tensão com os movimentos grevistas de servidores que receberam menos de 6% de reajuste e, ainda assim, dividido em duas vezes.
Convenhamos, não era o momento.
Pergunta-se: como o governador vai enfrentar a avalanche de reivindicações de servidores, que ganham mal, se aceitar pagar o reajuste de mais de 100% para os deputados?
E é bom que se diga que o deputado ganha muito mais que R$ 21 mil mensais. Esse valor, que é resultado do reajuste superior a 100%, corresponde ao subsídio – que é a parte fixa.
Na verdade, o deputado em Alagoas ganha R$ 21 mil mais a parte variável que eleva a retirada mensal para R$ 100 mil!
Isso mesmo! R$ 100 mil e tem alguns que recebem bem mais que isso.
Se o que faltava para incendiarem o Estado era acender o chio da bomba, pois não falta mais; o chio foi aceso.
O governador Téo Vilela prometeu recorrer à Justiça contra o reajuste de 100% e a Justiça, por dever de justiça a quem está no limite mínimo de salário, com certeza vai derrubar a derrubada do veto, ou seja, fará justiça a um Estado pobre que não suporta mais ser espoliado e fará justiça aos servidores que não têm direito a um salários melhor porque as finanças do Estado escorre pelo ralo da Praça Pedro II.
Não é novidade os desserviços que a Assembléia tem prestado ao Estado nos últimos anos, mas esperava-se que os senhores deputados tivessem a consciência de que o momento não era oportuno.
Exceto se não têm mesmo compromisso com o Estado e com o povo.
Não sei se é o caso de se invadir a Bastilha, mas que os deputados deram munição para a revolta popular isso deram.
E agora, Deus salve Alagoas se ainda houver tempo.