Dono da carreira política meteórica mais bem sucedida na história de Alagoas, o prefeito Cícero Almeida parece perdido. Mais precisamente perdido entre dois galhos que ele administra sem a confiança de um nem do outro.

Trocando em miúdos: o prefeito está perdido entre o senador Benedito de Lira e o deputado federal João Lyra.

Observem a fotografia na primeira página da “Tribuna Independente” deste sábado, sobre o encontro com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e analise o semblante do prefeito. Eu notei que o prefeito Cícero Almeida não estava à vontade.

Pode ter sido o frio de São Paulo, pode ser. Mas também pode ser que o prefeito estava intimamente se perguntando: e agora, o que é que eu vou dizer ao Biu?

Uma semana após ter sido anunciado no PSD, junto com João Lyra, o prefeito tentou se explicar pressionado pelo senador Benedito de Lira, que ele não pode perder como aliado.

Mas, também não pode dizer não a João Lyra.

A cabeça do prefeito está à mil. Ele terá de optar por um galho, ou seja, vai deixar alguém no meio do caminho porque não dá para servir a dois senhores ao mesmo tempo.

Como o prefeito vai sair dessa? A quem vai trair?

Sim, porque qualquer que seja o lado que for relegado vai se sentir traído. João Lyra lhe deu a logística fundamental para se eleger prefeito; e Benedito de Lira lhe deu a logística do Ministério das Cidades.

E para complicar mais ainda tem as denúncias do Ministério Público sobre o desvio de R$ 200 milhões nos contratos para coleta do lixo.

Até agora, só o senador Renan Calheiros saiu em sua defesa. Faltando um ano e meio para a eleição, o prefeito Cícero Almeida vive outro dilema – que é ficar dois anos sem mandato.

Na situação dele, com o Ministério Público na cola, é aconselhável não ficar sem mandato. Se optar pela candidatura a vereador, o prefeito terá de se afastar em março.

Concordemos pois que o prefeito está numa situação complicadíssima e que lhe exige solução rápida, pois já estamos praticamente no meio do ano.