Há 60 anos surgia a Usina Laginha, embrião do Grupo João Lyra, que se expandiu para fora de Alagoas sem esquecer a origem. São três unidades no Estado e outras duas em Minas Gerais, que geram 40 mil empregos.
Mas, olhando pelo retrovisor, a história da Usina Laginha vem um pouco mais para trás. Mais precisamente vem de um visionário chamado Salvador Lyra, que durante a II Guerra Mundial não deixou que Alagoas – e o País – parasse por falta de combustível.
Dono da Usina Serra Grande, Salvador Lira produziu o combustível conhecido como USGA, que são as iniciais do nome da usina ainda hoje operando em São José da Laje, e marcou seu nome no histórico do esforço nacional de guerra – que exigiu sacrifícios, inclusive de vidas, dos brasileiros.
A importância do industrial Salvador Lira, ainda que passados tantos anos do final do conflito bélico, ainda hoje pode ser detectada. Por exemplo: quando alguém se refere à Bomba do Gonzaga, no Tabuleiro do Martins, ou à Bomba da Marieta, no Poço, está reverenciando àquela época.
O Gonzaga e a Marieta eram os dois revendedores do combustível que Salvador Lira produzia na Usina Serra Grande, e seus nomes se confundem hoje com a geografia urbana de Maceió. Nem um nem outro existem mais, pois já faleceram faz tempo, mas ficaram como referências de pontos da cidade.
Salvador Lira também virou referência de empreendedor corajoso e inteligente, o que sem dúvida moveu os filhos que fez, entre eles o atual deputado federal João Lyra – que trabalha sem parar desde o dia 27 de abril de 1951, quando acenderam o fogo e a Usina Laginha moeu pela primeira vez.
Nascia ali, em 1951, com um jovem de pouco mais de 15 anos, o Grupo João Lyra.
Construída no Vale do Mundaú, a Usina Laginha foi onde tudo começou. Poderia estar aposentada, depois de tanto tempo produzindo, mas se mantém firme. E quando a tragédia das enchentes quis apagar-lhe o fogo, João Lyra entrou em cena e não deixou.
A Usina Laginha poderia ter “morrido” aos 59 anos, no ano passado, quando foi arrasada pela enchente do rio Mundaú. E quando ninguém mais acreditava que pudesse ressurgir dos escombros, eis que tal qual arte de mágico a Laginha ressurgiu igual à Fênix se levantou das cinzas.
E ressurgiu com uma marca que se confunde com a história econômica do Estado – que é a marca de um homem que não se cansa jamais, não se entrega jamais, não esmorece jamais.
Assim é João Lyra, a marca indelével que representa trabalho e se confunde com a Laginha.
Quando muitos não acreditavam, João Lyra acreditou; quando muitos lhe aconselhavam a desistir, João Lyra insistiu, fez e venceu. E a Laginha não morreu.
Esteve gravemente doente, mas João Lyra não deixou que morresse. Se foi na Laginha onde tudo começou para João Lyra, deixá-la morrer à míngua seria um imperdoável gesto de ingratidão. A Laginha faz parte daquele cenário e mais do que canas esmagadas ou açúcar e álcool produzidos, a Laginha também fez – e continua fazendo – a história econômica de Alagoas.
A Laginha chega aos 60 anos refeita por uma “plástica” que só a competência, a dedicação, a coragem e a gratidão de um homem pôde produzir.
E depois dos 60 anos, João Lyra agradece à Laginha porque lhe deu régua e compasso. E a Laginha agradece a João Lyra porque lhe restituiu a vida.