O prefeito Cícero Almeida entrou em outra enrascada. Ele acertou seu ingresso no PSD e uma semana depois da notícia ter sido publicada, o prefeito se viu obrigado a desmenti-la sob pressão do senador Benedito de Lira (PP) que lhe cobrou explicação.

Obrigado a desdizer o que não desdisse antes, o prefeito novamente se vê numa situação complicada diante do deputado federal João Lyra – que é o “padrinho” que ele diz venerar.

E agora, José, digo, Cícero? Vai ou não vai?

Almeida diz agora que vai conversar com o reinventor do PSD, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que deve visitar Alagoas não se sabe quando. É apenas mais uma bravata do prefeito, que chutou a bola para a frente.

Na verdade, o prefeito está numa sinuca de bico: ir para o PSD e perder o apoio do PP do senador Benedito de Lira; ou ficar no PP e assumir a condição de aloprado, que fala demais e que tem amigos de menos.

Aqui para nós: o prefeito Cícero Almeida pode estar muito bem na fita, mas é refém da Câmara e sabe o quanto está lhe custando abafar os casos escabrosos que lhe envolvem até a medula – e que pode lhe trazer dissabores no decorrer do período.

As nuvens pesadas sobre a cabeça do prefeito podem se precipitar numa tempestade, que pode virar avalanche e soterrar seu futuro político.

Almeida pode estar muito bem com o povo, mas está mal e muito mal com o Ministério Público e com lideranças políticas influentes – que não confiam mais nele.

Todo cuidado é pouco.

Daí não acredite no que o prefeito disse sobre o encontro com Kassab para definir sua ida – ou não – para o PSD, porque a verdade é outra: Almeida só vai para o PSD se o senador Benedito de Lira deixar.

O resto é firula.