Os supermercados brasileiros têm um saldo negativo de 150 mil empregos formais, afirmou nesta sexta-feira (22) o presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), João Galassi, durante o 10º Fórum Empresarial de Comandatuba, na Bahia.
- Temos uma defasagem de cerca de 20% no quadro de trabalho. Podemos tranquilamente preencher 150 mil vagas no Brasil. Essas vagas não estão abertas, elas estão berrantes. Se você começar a reparar nos supermercados, há placas enormes de "estamos contratando".
As vagas, que vão desde caixas até açougueiros e padeiros, não são preenchidas porque não há mão de obra capacitada e disponível no mercado. O setor supermercadista, segundo Galassi, enfrenta um problema idêntico ao da construção civil.
- É um problema muito sério porque temos duas situações: retenção, formação, treinamento e desenvolvimento interno, que hoje é feito 100% pelo setor de supermercados, ou seja, não temos uma ação governamental para a formação dos colaboradores. Esse é um ponto grave. O outro ponto é o apagão dos colaboradores e esse apagão de mão de obra.
O presidente da Apas explica que não existe uma região brasileira especificamente afetada pela falta de trabalhadores.
- Hoje temos um deficit no Brasil inteiro. A economia do Nordeste, por exemplo, melhorou e consegue oferecer vagas lá.
Na próxima segunda-feira (22), a Apas vai conhecer um programa de treinamento do governo conhecido como “Via Rápida”. De acordo com Galassi, o programa tem como foco a construção civil, mas pode ser adaptado para os supermercados.
- [Se o programa sair do papel], a formação do profissional poderá ser feita em até 90 dias.