A proposta para a realização do plebiscito sobre o comércio de armas, que foi apresentada pelo senador José Sarney, é um desserviço à nação. Vamos aos motivos do desserviço:
1) Serve para desviar a atenção para a impunidade – que é a causa maior da violência.
2) Provoca o prejuízo de quase 2 bilhões de reais ao erário federal – que é quanto custa a mobilização da Justiça Eleitoral numa eleição.
3) É uma proposta politiqueira, que emerge no rastro da comoção nacional.
4) Culpa a arma, e não o atirador, pelo crime como se só se pudesse matar de tiro – ou seja: esquece que também se mata de fome e de raiva.
O correto seria o senador José Sarney propor o endurecimento da lei, para eliminar as brechas pelas quais o operador do Direito astuto consegue livrar o cliente criminoso da pena – ou, então, amenizá-la.
Por exemplo: que é do “riquinho” que entrou com uma arma no cinema num shopping em São Paulo e disparou a esmo matando inocentes?
Há brechas na lei que precisam ser eliminadas, antes de se propor plebiscito para jogar nas mãos da sociedade a responsabilidade que o Congresso Nacional evita a assumir.
O resultado do plebiscito, seja ele qual for, em nada vai alterar a situação; em nada vai mudar o quadro da violência. Se o plebiscito decidir pelo fim do comércio de armas no País, ato contínuo surgirá o comércio ilegal com o contrabando e aí a situação ficará ainda mais difícil porque se perde o controle da venda de armas.
A violência se resolve com três coisas:
1) Emprego e perspectiva para todos.
2) O fim da impunidade.
3) A agilidade da Justiça.
E ainda assim, aqui e acolá, a sociedade terá de conviver com alguns desvios de conduta porque se fosse possível evitar o crime Deus teria evitado que Caim matasse Abel.
Quem é favorável ao plebiscito levante a mão!
Quem é contra o plebiscito levante a mão!
NB – Agora, sobre o título deste post. O 38 novinho na caixa que eu quero vender é um Vulcabrás preto. Interessa?