A tragédia no Rio de Janeiro provocada por Wellington Menezes de Oliveira, que invadiu a escola Tasso da Silveira, no bairro do Realengo, matando e ferindo  várias crianças, entre 12 e 14 anos aterrorizou o país. Após o acontecido, muito se discute sobre o porquê da chacina e as medidas que podem ser tomadas para evitar incidentes como o da última quinta-feira(7).

A reportagem do Cad Minuto visitou escolas particulares e públicas e conferiu as dificuldades e medidas que vem sendo adotadas para evitar qualquer tipo de eventualidade em suas respectivas estruturas.

ESCOLA ESTADUAL

O fato de Wellington Menezes ser ex-aluno da escola facilitou a sua entrada, mas, logo após a tragédia muito se falou sobre a falta de porteiro e policiais fazendo a segurança do local. Em visita à Escola Estadual Professor Mário Broad, no bairro da Jatiúca, ficou claro as dificuldades enfrentadas, principalmente em escolas públicas.

A diretora da escola, Maria Quitéria Souza Guimarães fica os três turnos na instituição de ensino e confessa trabalhar com medo. “A nossa escola está bem situada, mas os nossos alunos vêm de diversas regiões da cidade e até fora dela. Já presenciamos assaltos e agressões dentro e fora da escola. Posso dizer que hoje trabalhamos em pânico”, disse a funcionária.

Pior do que os assaltos e agressões é a presença desses infratores dentro da escola, uma vez, que os mesmos estão matriculados e frequentam, de forma irregular, as aulas. “Muitos são alunos daqui e conhecem o andamento da escola. Em conversa com moradores da região fiquei sabendo que a escola iria ser invadida. Além disso, os nossos funcionários estão sendo ameaçados, sendo um deles chamado de “X9”. Disseram que só com ele morrendo resolveria o problema”, afirmou Maria Quitéria.

A funcionária afirmou ainda, que já foi solicitada a presença de policiamento na escola para evitar os últimos acontecimentos. “Nós já solicitamos por várias vezes a presença da polícia, e até tínhamos a presença de uma guarnição, no período noturno, dia sim, dia não, até o mês de fevereiro. De lá pra cá temos de contar com a sorte”, finalizou.

ESCOLA PARTICULAR

No âmbito particular existe um clima de maior tranquilidade. No entanto, nada que iluda os responsáveis pelas instituições privadas. A diretora do Colégio Objetivo, situado no Bairro do Farol, confirmou que há tempos vem tomando medidas de prevenção contra este tipo de evento. “Muito antes desta tragédia nós já intensificamos a segurança na escola. Ao chegar à portaria é preciso se identificar e confirmar o motivo da visita à escola, aí sim daremos o encaminhamento adequado”, disse Cleonice Ferreira, diretora geral da escola.

Sobre a segurança dentro o colégio, o reforço é o mesmo, segundo a diretora e proprietária. “Infantil, fundamental e ensino médio têm os seus respectivos coordenadores e temos reuniões constantes para definir as diretrizes de cada um. Com relação à segurança, temos disciplinadores espalhados pela escola. Não podemos revistar ou fazer qualquer tipo de abordagem constrangedora, mas se não conseguimos resolver diretamente, entramos em contato com os pais”, disse a diretora geral.

ASSESSORIA CONFIRMA REUNIÕES

A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Educação e Esporte confirmou que antes mesmo da tragédia no Rio de Janeiro vêm sendo feitas reuniões, em conjunto com o Batalhão Escolar, elaborando estratégias para melhorar a segurança dentro e fora das escolas. A assessoria deixou claro que são responsabilidades diferentes, onde a secretaria é responsável pela administração da escola, enquanto o Batalhão Escolar cuida da parte externa, fazendo abordagens e rondas na região solicitada.

CASOS

Os casos de ataques em escolas eram comuns em várias partes do mundo, em especial nos Estados Unidos. Os ataques mais conhecidos são o da escola Columbine, no Colorado em 1999. Dois jovens entraram na instituição e mataram 13 pessoas, entre elas um professor e feriram mais 25. Em 2007, talvez o mais sangrento ataque, onde o estudante coreano Cho Seung-Hui invadiu a Universidade de Virgina Tech, matando friamente 32 pessoas entre alunos e professores.

Em Alagoas os casos de violência em escolas passam longe da tragédia carioca, e as eventualidades ficam por conta de agressões e ameaças. Recentemente, dois casos foram notícia em todo Estado. Primeiro o professor de matemática que cometeu suicídio na escola Teonilo Gama, no bairro do Jacintinho. O segundo caso foi do menor que desapareceu, sendo encontrado morto no dia seguinte com sinais de espancamento, por supostamente ter denunciado o uso de drogas na escola.

O acontecido no Rio de Janeiro é considerado por muitos um fato isolado, uma vez que nada explica as motivações do assassino a cometer tal atrocidade contra crianças indefesas. Porém, as entidades de ensino públicas e privadas de Maceió já se manifestam no intuito de evitar qualquer eventualidade desta natureza.