Ficamos imaginando a cena com os agentes da Polícia Federal dando voz de prisão às primeiras-damas dos municípios que pagam ração para cachorro e uísques com dinheiro da merenda escolar.

- A senhora está presa!

E ela, se fazendo de assustada:

- O que foi que eu fiz?

- A senhora pagou a ração do seu cachorrinho com dinheiro da merenda escolar das crianças do município onde seu marido é prefeito.

- Fale baixo, por favor, meu marido não sabia de nada. Eu confesso tudo. Mas, me deixe pegar o meu casaco.

- Não precisa. Está fazendo calor e não há previsão de chuva para hoje.

- Doutor, o casaco não é para me proteger do frio. É para me proteger dos fotógrafos e dos cinegrafistas. É um direito que eu tenho de esconder o rosto. Posso?

E assim foi concedido. Que cena comovente vendo as primeiras-damas e asseclas se escondendo embaixo de casacos. Outras, sem tempo para pegar o casaco, foram obrigadas a se esconder atrás dos óculos.

Nessa nova operação da Polícia Federal contra os que desviam dinheiro público, a única novidade é que as mulheres adquiriram os vícios dos maridos.

Deve ser porque seguem à risca a máxima: família que rouba unida permanece unida. E tem que ser assim mesmo porque é preciso transferir de pai para filhos essa desonestidade tão peculiar. Imagine qual será o futuro de um filho de prefeito que não viu o pai e a mãe serem presos por roubo?!

Terá um futuro triste!

E triste também será o futuro da espécie de corruptos “bossa nova”, que sabem que no peito de um desafinado com a lei também bate um coração.

Leviano, claro.