O discurso que o presidente Barack Obama leu tão discretamente, que pareceu de improviso, é sem dúvida uma peça histórica. Significa que os Estados Unidos finalmente descobriram o Brasil.
Calma, vamos por partes.
O Brasil é este País continente que o chamado primeiro mundo manteve sob controle, mas sem outras preocupações. Era o celeiro do futuro – que já chegou e no discurso o presidente dos Estados Unidos reconheceu isto.
O chamado primeiro mundo manteve o Brasil sob controle e quando as coisas ameaçavam sair do controle, o primeiro mundo intercedia e decidia a parada.
Foi assim com a invasão holandesa, que a Inglaterra tratou de resolver estipulando uma indenização à Holanda. Foi assim com a “Independência”, que a Inglaterra também resolveu mandando o Brasil indenizar Portugal e foi assim também com a proclamação da República – que a Inglaterra promoveu porque a Corte portuguesa estava se juntando pelo laço matrimonial com a nobreza francesa, a sua (da Inglaterra) arquiinimiga.
Os Estados Unidos assumiram a hegemonia mundial e mantiveram o Brasil sob controle, mas agora é urgente que se façam presente porque o Brasil virou uma potência e, nessa condição, é concorrente dos Estados Unidos.
O Brasil produz carne, suco de laranja, algodão e etanol em condições de competir com os Estados Unidos – que, para se prevenirem, colocaram barreiras fiscais à produção brasileira.
No caso do etanol, a situação dos Estados Unidos em relação ao Brasil é até humilhante. Imagine que para cada 1 litro de etanol que os Estados produz, o Brasil produz 3 litros gastando muito menos.
E, se não bastasse, tem o pré-Sal que seria capaz de inundar o mundo com tantos barris que produzirá;
Vem depois a questão geográfica. É sempre bom lembrar que, durante a II Guerra Mundial, os Estados Unidos escolheram Natal e Recife para instalarem as bases aéreas para reabastecimento da tropa que estava brigando na África.
Aliás, para quem não sabe, a Fazenda São Luiz, em Viçosa, e que hoje pertence à Ufal, foi adquirida na década de 1940 pelos Estados Unidos para produzir a “ração” dos soldados que brigavam na África.
O presidente Barack Obama admitiu: o País do futuro chegou no futuro.
E a presidenta Dilma Rousseff tomou algumas medidas que deixaram o presidente dos Estados Unidos muito satisfeito, quando anunciou o corte de R$ 50 bilhões no orçamento, o que inviabiliza a compra dos caças franceses.
O negócio da compra dos aviões produzidos na França foi fechado no governo Lula, mesmo com a reação dos Estados Unidos – que querem vender os caças para os quais não garante a transferência de tecnologia.
Os Estados Unidos descobriram o Brasil, mas, aqui para nós, eles já sabiam quando, onde, como e com quem iriam descobrir.