Do Ensino Infantil ao Ensino Superior há vários condicionantes para uma educação de qualidade: condições infra-estruturais, formação profissional adequada, organização e apoio das instituições escolares, currículo plural e produtivo, motivação do corpo docente...

E salário decente e à altura da nobre missão de educar!

O que estarão ensinando a nossos filhos os professores mal pagos, sem condições financeiras de comprar livros, de ir ao cinema ou ao teatro, de viajar a passeio ou para qualificação, de morar com dignidade e de se locomover com rapidez e conforto...

Não adianta discursos vazios, justificativas demagógicas ou esforços retóricos para explicar a vergonha que é o salário dos professores brasileiros.

Pagar bem é essencial!

Pois bem, sabem quanto ganha um professor de faculdade privada em Alagoas? O mesmo, ou quase o mesmo, que ganha um professor de uma mediana ou boa escola de Ensino Médio: pouco mais, ou pouco menos, que R$ 20 reais por hora aula.

Pouco, muito pouco!

No caso dos cursos de Direito, a grande maioria da oferta de vagas em Alagoas está concentrada na rede particular. E os docentes que vão formar os advogados do futuro estão em sua imensa maioria submetidos a este valor, pequeno, de remuneração.

Daí, pergunto: como preservar a qualidade do ensino jurídico com professores de Direito ganhando esta cifra? Como exigir que este professor se qualifique, faça especialização, mestrado, doutorado...? Como ofertar condições para que ele seja experiente e esteja apto ao desafio de formar advogados plenamente preparados à defesa da sociedade?

E mais: como coibir que em todo o Brasil o ensino de Direito não seja apenas um “bico” para alguns advogados mal capacitados, que perpetuam a máxima dita por um teatrólogo irlandês de que “quem não sabe, ensina”.

Conheço a realidade do ensino do Direito da rede privada alagoana e posso afirmar categoricamente: temos excelentes professores, experimentados e ricamente qualificados atuando em nosso estado!

Mas no rol de perguntas acima ainda há a principal: como “dividir” o bolo hoje devorado em sua maior parte por alguns empresários da educação, que mal remuneram seus docentes e abocanham fortunas por meio das mensalidades pagas pelos estudantes dos cursos jurídicos?

O Conselho Federal da OAB está atento a esta situação. Como Conselheiro Federal, participei da aprovação de uma medida sensata e capaz de reduzir esta desigualdade salarial. De agora em diante, cada Seccional da Ordem deverá estabelecer um piso salarial para os professores de direito de sua localidade.

A Comissão Nacional de Ensino Jurídico da OAB acompanha as faculdades na autorização, no reconhecimento e quando das propostas de aumento de vagas de cursos de graduação em Direito no Brasil.

Por isso a Ordem poderá cobrar que este piso não seja fictício, atuando junto às faculdades e universidades privadas no sentido de implementá-lo de verdade.

Como docente aguerrido que é, o advogado professor merece respeito e apoio, condições favoráveis de trabalho, infra-estrutura docente, suporte administrativo...

E salário decente e à altura da nobre missão de educar!
 

Aqui a informação!