A esquerda brasileira, antes de qualquer coisa, gosta do Estado. Ah, e como gosta! O argumento de sempre é a defesa do Estado como fomentador da economia, além do argumento do “bem estar social” e do igualitarismo. Esquerdistas não querem só saúde e educação públicas. Querem transporte, comida e até música, tudo de graça. Querem que o Estado proveja tudo!
É por isso que eu digo, para nossos esquerdistas, o Estado de Bem Estar, serve apenas para o “bem estar” dos políticos e de seus amigos. É a cara do PT, não é? Mas eles não são monopolistas nisso, é verdade. São apenas os mais eficientes, se é que vocês me entendem.
Um dos absurdos defendidos pelos nossos esquerdistas é a atuação estatal no incentivo à cultura. A princípio, isso até parece bonito. Mas “incentivo”, aqui, quer dizer incentivo econômico, ou seja, bufunfa. Falando de forma simples e clara, significa dar dinheiro público a artistas para que eles levem a cultura ao povo. Que piada!
Ontem, o Twitter falou o dia todo de Maria Bethânia. Ela conseguiu autorização para captar mais de 1 milhão de reais em incentivos fiscais para seu novo blogue. Isso, obviamente, é um absurdo. Afinal, estamos pagando dinheiro público para que uma artista reconhecida possa fazer poesia. Agora respondam: Maria Bethânia precisa do Estado? Que necessidade é essa de recorrer ao dinheiro público? Tem medo do mercado? Se ela é uma boa artista, que venda seu produto, ora!
Uma coisa engraçada é que todo mundo reclamou, com razão, deste blogue de Maria Bethânia. Mas há outros gastos com “cultura” que também devem ser criticados. Afinal, o incentivo à cultura justifica todo tipo de gasto. Desde o Carnaval até a contratação direta de artistas para realização de shows em datas comemorativas ou eventos turísticos. Tudo pago por nós, para o uso de alguns.
Querem fazer Maceió Fest, mas topam fazer sem investimento público? Duvido! Alguns artistas com menor reconhecimento do público dependem dos favores dos prefeitos para poder sobreviver. Eles não têm público, mas em toda festa patrocinada pelo Estado eles estão lá. Em Pernambuco, há alguns que estão tanto no Carnaval quanto no São João. Se brincar, Almir Rouche toca até rock!
Quanto uma prefeitura de interior gasta com essas bandas de forró por ano para entreter seus munícipes com cultura inútil? Agora, quanto essa mesma prefeitura gastou com a compra de livros para uma biblioteca pública? Afinal, o que é “cultura”? Se ao menos estivessem investindo em escolas de música ou de arte, ainda tava bom. Mas não!
As escolas estão sucateadas, não temos bibliotecas públicas nem bons teatros, mas Maria Bethânia conseguiu mais de um milhão de reais para fazer um blogue.
Afinal, amigos, quais são nossas prioridades?