A tragédia que ceifou a vida de um profissional respeitado e disputado no mercado serviu também para expor as vísceras da segurança pública alagoana – que é composta por duas policias: a do bem e a do mal.
E nesse particular não há distinção entre a Polícia Militar e a Polícia Civil, pois o policial do bem e o policial do mal estão incorporados nas duas instituições.
Lembrem-se do exemplo da “gangue fardada” e da “guerra na Policia Civil”, com a matança de policiais entre si.
Não há justificativa para a liberação do agora réu confesso Frederico Safadi, quando este se apresentou à Central de Polícia com indícios de culpabilidade tão evidentes que o mais pueril do policial haveria de notar.
Imaginem que denunciaram a Caipora porque ela estava fumando em local proibido e não obedeceu à ordem para apagar o cigarro. Levaram a Caipora para a delegacia, mas a liberaram porque o IML e o IC não vieram fazer a perícia; e liberaram a Caipora apesar do cheiro intrigante do tabaco e da nicotina nos dedos.
Dá para acreditar? Não dá.
Algo de estranho aconteceu e o promotor Flávio Gomes levantou a questão quando alertou para o inquérito policial, que poderá garantir a impunidade. Apesar de Frederico ser “réu confesso”, o que vai interessar à Justiça são as provas anexadas e estas provas não estão mais evidentes agora, como estiverem evidentes no dia seguinte ao crime.
Concordam?
A tragédia também trouxe a descoberta da mais nova e letal arma para prática de homicídios: uma lata de Coca-Cola.
Nunca, na história da criminologia mundial, soube-se de alguém que morreu vitimada por golpes desferidos com a lata de Coca-Cola.
Imagine novamente a pergunta: fulano morreu de quê? E a resposta: de Coca-Cola. Sem dúvida que o criminoso é bastante criativo. Mas, não devemos acreditar na versão de que estava drogado porque ninguém usa droga para matar; de ordinário, o viciado mata para roubar e comprar droga.
Matar só em legítima defesa ou em defesa da honra, e quando existe mesmo honra a se defender. Matar por matar é coisa de bandido mesmo, que só precisa de uma Coca-Cola.