O discurso do deputado federal João Lyra (PTB), de agradecimento à visita da presidenta Dilma Rousseff e a reunião com os governadores do Nordeste, é muito mais que a troca de gentileza de um mega-empresário que se tornou admirador de um torneiro mecânico – que virou presidente da República – e, por via de conseqüência, da sua sucessora.
A presidenta Dilma garantiu que o Nordeste não será penalizado com os cortes que foi obrigada a fazer no Orçamento, e que atingiram a bagatela de 50 bilhões de reais. A presidenta disse mais; ela disse que não se poderia pensar no crescimento do Brasil, sem o crescimento do Nordeste.
Pois bem. No seu discurso, o deputado federal João Lyra lembra o tempo em que os governadores nordestinos se reuniam mensalmente para chorarem as agruras da região na Sudene – que era o grande escoadouro das mágoas regionais.
João Lyra lembrou a época em que o Nordeste e os governadores nordestinos não tinham esse tratamento especial, que começou no governo Lula e se estende agora ao governo Dilma.
Eternamente agradecido ao governo Lula e confiante na determinação e nas palavras da presidenta Dilma, o deputado João Lyra foi o porta-voz do sentimento de uma região que, não por acaso, deu 18 milhões de votos à candidata de Lula.
O compromisso de manter obras como a Tranposição do rio São Francisco, para abastecer o Nordeste Setentrional; a ferrovia Transnordestina e todos os investimentos do PAC na região é muito significativo, mas, para o deputado João Lyra no seu discurso, o muito mais significativo foi a presidenta Dilma ter vindo à região – quando, no passado recente, eram os governadores que tinham de ir a Brasília com a cuia na mão e catataus de projetos que costumavam ser engavetados.