Governo Federal anuncia corte de R$ 50 bilhões.

Eis a nova manchete.

Um dos desdobramentos, suspensão dos concursos públicos e das nomeações de aprovados na esfera da União.

O Governo de Alagoas não realiza concursos e somente nomeia, em muitos casos, ou os concursados que acionam a Justiça (e são nomeados sub judice, ressalte-se) ou aqueles que se humilham (a reserva técnica da PM conhece esta história) em manifestações na porta do Palácio, incomodando o café-da-manhã do governador e equipe.

Eis a velha notícia.

Em Alagoas não se concursa e não se contrata.

Alguma coisa está fora da ordem.

E quem vai tocar saúde, educação, segurança?

Sim, porque os médicos servidores públicos não suprem a carência e ganham salários ridículos.

Os professores não suprem a carência e ganham salários ridículos.

Os polícias não suprem a carência e... adivinhem?

Como sou advogado dou um exemplo da área: com mais de 3 milhões de habitantes, Alagoas tem 28 defensores públicos.

Como democratizar e proporcionar acesso à Justiça com 28 servidores defensores?

Está bem, vamos mudar de órbita, para os que dizem que faço o Governo do Estado de Cristo: e o Ministério Público Estadual, continuará com o mesmo número de servidores mesmo diante do aumento diário das demandas da sociedade?

E o Tribunal de Justiça de Alagoas (registre-se que o desembargar presidente, em um dos primeiros atos de uma gestão que promete ser de austeridade, anunciou concurso para breve...) até quando adiará a necessária decisão de aumentar o número de servidores e melhorar o atendimento à população.

A força de trabalho do Estado (município, estado, país) é formada por... adivinhem?

Por gente!

Por isso a decisão do Governo Federal foi infeliz.

E a decisão das autoridades estaduais alagoanas tem sido mais que infeliz: tem sido simplesmente desastrosa para a engrenagem do Estado responsável por atender o paciente do HGE, educar o aluno do CEPA ou proteger o cidadão sitiado na Grota do Rafael ou na Ponta Verde.

O famigerado PDV da época do ex-governador Divaldo Suruagy causou um desfalque na mão de obra do Estado, com parcela de servidores desligada da folha de pagamento pela ilusão de dinheiro fácil no sentido de legal, justo e erroneamente promissor.

Quantos micro empresários “pedevistas” e ex-servidores públicos faliram e ficaram desempregados na primeira metade da década de 90?

Agora, assistimos a um outro desmonte.

O federal é (será) pequeno diante das contratações da era Lula.

Já o estadual é alarmante!

Em longo prazo, é um tiro no pé!

Tudo bem, Alagoas é um estado, digamos, com “carência de recursos financeiros e desprovido de superávits”, para utilizar um linguajar bem ao gosto tucano.

Mas soluções são simples, como, por exemplo: reduzir os gastos inúteis da máquina pública; cortar os carros locados usados unicamente para que a “asponeria” oficial faça feira, vá à praia ou leve os filhos para a escola; desligar os celulares “8833 free” que estão na mão de burocratas ociosos; controlar as diárias para “viagens a serviço” e, principalmente, minimizar o total de servidores comissionados que não trabalham.

Sim, porque há comissionados que trabalham, e muito, não generalizemos. Conheço vários.

Aí teríamos recursos para concursar e contratar.

Basta querer.

O resto é balela.