Palocci, o “moderno”, leva violador de sigilo para dentro do governo
O PT aumentou enormemente seu poder no governo, como vimos. Quem comandou o processo? Antonio Palocci, o queridinho daqueles que os petistas antigamente chamavam “direita”. Ele também é apresentado e se apresenta como a garantia de civilidade contra José Dirceu. Entendo. Com o seu cicio charmoso — para alguns menos —, vai comandando a expansão petista em nome do seu real chefe: Luiz Inácio Lula da Silva. Até aí, bem…
Numa República um pouquinho mais exigente, Palocci jamais seria chefe da Casa Civil depois do episódio Francenildo Costa. Um direito assegurado pela Constituição foi violado. O presidente da Caixa Econômica Federal foi mobilizado para quebrar o sigilo de um adversário circunstancial do então ministro. Não obstante, Palocci está aí, também ele, em muitos aspectos, mais poderoso do que antes.
Por que digo isso? Porque continua a ter influência na área econômica e é quem comanda a política. Luiz Sérgio só distribui raspas e restos. Pois bem! Sob o patrocínio da Casa Civil, Jeter Ribeiro de Souza, ex-gerente da CEF e quem efetivamente acessou a conta de Francenildo, virou assessor especial de Dilma. Obra de Palocci!
É um acinte, eu sei. Mas é assim. Palocci é o petista moderado. Ensinam por aí que os radicais é que têm de ser temidos. Bem, eu diria que temo mais um não-radical. O petismo simpático pode ser tão ou mais danoso do que o malcriado.
Comento:
A tese de Reinaldo é a seguinte: essa Dilma severa e competente é uma invenção do marketing. É exatamente isso. Dilma finge que está mudando a forma de atuação personalista de Lula. Nada mais fora da realidade. A companheirada continua lá e anda ainda mais forte. Por isso Dilma suspende concursos, mas não corta nenhum cargo comissionado. Palocci é só um exemplo do norte moral desse governo. Eis o nível dos petistas aceitáveis. Pior que isso? José Dirceu e Delúbio Soares.