Algumas pessoas não se conformam com o fato de um professor universitário ter opiniões políticas liberais. Essas pessoas foram educadas por uma tradição acadêmica que se forjou na esquerda comunista. Professores de história e geografia que, ao invés de ensinar, doutrinam seus alunos com uma visão distorcida da realidade. Tudo em nome do “social”, claro!

O problema não é o fato de discordarem de mim. Afinal de contas, convivo bem com a divergência e gosto muito dela, até. Se não fosse assim, não estaria dando minha cara a tapa e escrevendo que escrevo num espaço público. O problema é que alguns intolerantes confundem as coisas e julgam minha personalidade ou até minha competência como professor com base nas opiniões que posto aqui no blogue. Tão bobinhos!

O que escrevo aqui no blogue não é matéria de sala de aula. Esse espaço é de manifestação livre de opinião. Sala de aula é espaço livre, claro, mas eu tenho um conteúdo a cumprir. Não passo o período de aulas esculachando o governo do PT. Esse espaço é de manifestação de opinião e não um ambiente acadêmico. Por isso, não confundam as coisas.

Quero deixar claro aos meus novos alunos que, no meu curso de filosofia do direito há espaço para todas as tendências relevantes na disciplina. No programa que preparo, todos os filósofos importantes estão presentes. Até o famigerado direito alternativo tem espaço.

Ao contrário de mim, todavia, muitos dos que se irritam aqui no blogue acham lindo o professor de filosofia que passa todo o período de aulas esculhambando o “sistema capitalista”. Eu mesmo tive professores que, ao invés de ministrarem o conteúdo da disciplina, passaram todo o ano falando mal das reformas constitucionais de FHC.

Só não queiram que eu, sob o pretexto de isenção, elogie correntes doutrinárias com as quais eu não concordo. Mesmo em sala de aula, há espaço para a opinião do professor. Depois de mostrar, há, sim, o espaço para criticar. Vocês são adultos e vão saber julgar, mas não queiram que eu ache bonita a tentativa de fazer justiça social com a caneta, por exemplo. Indico os livros sobre o direito alternativo para que vocês possam ver com seus próprios olhos o absurdo que essa corrente defende.

Isso, meus amigos, é só uma prova de que eu respeito a inteligência de vocês. Tenho sempre um diálogo saudável, aberto e não uso subterfúgios para defender o que defendo. Sou claro na minha defesa intransigente da democracia liberal.

No mais, cuidado com o que vocês ouvem por aí sobre mim. Há muita raiva injustificada que, na verdade, é só uma condenação baseada na opinião. São críticas que vêm de um tipo de gente que não tolera a opinião contrária. Gente autoritária, nada mais.

Abraços e até lá!