Os assassinatos dos dois detentos podem ser a gota d´agua que faltava para fazer transbordar o caldeirão que ferve nos presídios. São mortes anunciadas, o que dá ao caso a conotação de afronta à ordem.

A família dos presos assassinados culpa os agentes penitenciários, mas antes da apuração não se deve fazer acusações. Eu prefiro não acreditar porque, se for verdade, então se instalou nos presídios uma força tenebrosa que age à sombra da lei desafiando a Justiça, o Ministério Público e a própria sociedade.

Vamos aguardar a investigação.

Uma coisa é certa: para o promotor Cyro Blater o caso extrapolou o limite da tolerância; o assassinato dos presos representa o desafio que essa força estranha faz às autoridades – que terão de reagir com rigor para extirpar de vez o mal pela raiz.

O pior de tudo é que avisaram com bastante antecedência que haveria mortes nos presídios. O aviso antecipado, não sendo obra de adivinhos, então é obra de quem arquitetou as mortes.

No mínimo, é obra de quem sabia do plano criminoso e não denunciou à autoridade competente.

A família dos presos assassinados quer processar o Estado, mas antes é imperioso que o Estado descubra e puna com rigor os autores.

Senão, essa força estranha tenebrosa que age dentro dos presídios será estimulada a agir também fora dele. E aí, a sociedade alagoana terá mais um bando de delinqüentes para ameaçá-la.