A questão da Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar o que o Ministério Público já apurou acerca dos contratos para coleta de lixo em Maceió, está descambando para o hilário.
O Ministério Público descobriu que desviaram R$ 200 milhões mediante fraudes grosseiras, que elevaram a despesa mensal de R$ 500 mil para R$ 3 milhões numa canetada só.
A Câmara Municipal deveria instalar a CEI, mas não o fez por razões óbvias. Por exemplo:
As irregularidades que o Ministério Público descobriu existiram porque a Câmara de Vereadores não cumpriu bem o papel de fiscalizar o administrador municipal.
A Câmara de Vereadores não cumpriu o papel de fiscalizar o município por dois motivos: é conivente ou omissa, e seja qual for a definição é igualmente culpada.
A CEI vai atrapalhar os planos de reeleição de alguns vereadores, que não se reelegem sem as benevolências do erário municipal.
A CEI pode ser um tiro no pé de alguns vereadores.
São necessárias sete assinaturas de vereadores apoiando a CEI e até agora só se sabe de três que assinaram: os vereadores Ricardo Barbosa e Heloísa Helena, do PSOL, e o vereador Luiz Pedro (PMN).
Os vereadores Paulo Corintho e Amilka Melo, do PDT, e Tereza Nelma (PSB), cujos nomes foram citados inicialmente como signatários da lista pedindo a instalação da CEI, hoje estão numa controvérsia.
Tereza Nelma disse que ia assinar a lista, mas depois desistiu. Vou não, posso não, quero não, ele não deixa não.
A vereadora Amilka Melo assinou a lista, mas depois de uma conversa de pé-de-ouvido mandou retirar o nome cantando a mesma música: Vou não, quero não, posso não, ele não deixou não.
E o vereador Paulo Corintho jura que também não pediu para retirar seu nome da lista, mas o presidente da Câmara, Galba Novaes, também jura que Corintho recuou.
O vereador Paulo Corintho, que passou por momentos atribulados nesse primeiro biênio da legislatura municipal, reagiu e garante cantando: Vou sim, posso sim, quero sim, ele não manda em mim.
Gente! O problema é quem ninguém sabe quem está falando a verdade. Pior: ninguém sabe se existe sinceridade nisso.