O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Jarbas Souza, previu mortes de presos no sistema prisional em Maceió. As previsões foram feitas pela imprensa e Jarbas denunciou a existência de uma relação de quem vai morrer.
O que o líder dos agentes penitenciários não imaginava é que suas previsões e revelações são agora provas contra ele.
A ninguém é garantido o direito de tomar conhecimento de um crime, ou de um plano de crime, e calar-se; o silêncio nesse caso é enquadrado como cumplicidade e se se tratar de servidor público, aí a pena é mais grave.
No caso do Jarbas ele se enquadra perfeitamente, porque é um agente da lei que tomou conhecimento de um crime e até sabe da lista com os nomes de quem vai morrer e não adotou as providências que a lei lhe impõe.
Aliás, impõe também para o cidadão comum. A ninguém é garantido o direito de se omitir diante de um crime, já se disse isto.
O recado do governador em exercício, José Thomaz Nonô, foi curto e grosso:
- “Se houver banho de sangue a culpa é dos agentes ( penitenciários )” – disse Nonô, que é promotor aposentado e conhece muito bem o Direito.
Vamos torcer para que as previsões do presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários não se realizem e que a relação dos mortos, que disse existir, tenha sido uma invenção no calor da disputa por reajuste salarial.
Aliás, nesse movimento paredista dos agentes penitenciários a única lição que ficou deve ser decorada pelo sindicato da classe.
1) Não se decreta greve para perder; a greve é decretada para se ganhar. Pode-se não ganhar o que se pede, mas jamais sair da greve sem nada ganhar.
2) Cuidado com as palavras, que existem para ser ditas – é verdade; mas lembre-se de que as palavras também podem ser enquadradas no Código de Processo Penal para punir o dono da boca que a pronunciou.