Quem é mais bandido?
Quem comete um crime e está preso, muitas vezes ainda sem julgamento?
Ou quem faz um concurso público, é pago pelo Estado para vigiar e reeducar, mas acaba espancando os detentos que deveria zelar?
Quem é mais bandido?
Pois bem, esta é uma das respostas que Alagoas há de ofertar à sociedade, com rapidez e de modo enérgico.
Porque se o mais bandido é o assaltante, o traficante ou o homicida que está nos presídios alagoanos, porque muitos deles ainda não foram julgados?
E se não foram julgados, porque estão em presídios, onde só deveriam estar presos condenados?
E mais, porque as condições de cárcere em nossas penitenciárias são tão desumanas, vergonhosas, superlotadas, abjetas?
Contudo, se o mais bandido for o agente penitenciário que incita uma rebelião para surrar os detentos em busca de aumento salarial, porque estes “agentes públicos” não são enxotados da máquina estatal, demitidos por justa causa?
E mais, se o mais criminoso for o agente penitenciário que descarrega sua ira contra o estado empregador em cima de presos indefesos, porque estes (des)“servidores públicos” não são processados criminalmente pelo dolo que cometeram?
A imprensa noticiou com fartura de fontes, de textos e de imagens: agentes penitenciários teriam “estimulado” uma rebelião para dar vazão uma espécie de sadismo mal caráter e forçar a concessão de aumento salarial por parte do Governo.
Relatos de terror foram reproduzidos. Fotografias de corpos repletos de hematomas foram exibidas.
Seria isto verdade?
Cabe investigação rigorosa por parte da Defesa Social, inquérito por parte do Ministério Público, apuração e punição por parte do Governo e do Judiciário caso a denúncia proceda.
E, sobretudo, repúdio veemente da sociedade.
Se os agentes penitenciários estão descontentes com o serviço no sistema prisional, porque não pedem exoneração? Seria mais coerente e honesto...
Ou porque não fazem uma greve justa, limpa, legal, civilizada, cidadã, direito este que é inalienável a todo trabalhador? Seria mais coerente e honesto...
Porque destratam parentes maculando o direito que os entes queridos têm de saber do estado de seus presos?
Porque não respeitam as prerrogativas dos advogados, impedindo nosso trabalho nas unidades prisionais?
Pois bem, esperamos por respostas.