Cá estou eu, tranquilo, vasculhando a Internet sobre encontros de Filosofia do Direito, e o que encontro? Mais um texto do Leonardo Boff. Que cabra chato! Eu sei que vou me irritar, mas leio mesmo assim. É que o texto fala da catástrofe das chuvas no Rio de Janeiro. E lá está:

“A causa principal [do desastre] deriva do modo como costumamos tratar a natureza. Ela é generosa para conosco pois nos oferece tudo o que precisamos para viver.
Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação nem lhe damos alguma retribuição”.

Ele defende a tese de que a natureza estaria “respondendo” às “agressões” perpetradas pelos humanos, com chuvas e ventos, bem ao estilo do ridículo filme “Avatar”.

Vamos entender o que isso quer dizer. Se não houvesse “agressão” por parte dos seres humanos, a natureza seria gentil, não haveria enchentes ou furacões. Terremotos nem pensar!

Isso, obviamente, é uma mentira. A natureza não está nem aí para nós, humanos. Será que um mundo primitivo seria a melhor maneira de lidar com a natureza? Ora, por favor!

Não se trata de defender a devastação, por óbvio, mas de lidar com as catástrofes com a devida tecnologia e responsabilidade. Esse pensamento exposto pelo Sr. Boff é ingênuo e falso. Sem a participação humana no controle da natureza, viveríamos hoje muito menos e com muito menos qualidade.

Se é para eleger culpados, vou eleger o meu. O culpado é o prefeito. Ele não pode impedir a chuva de cair, nem pode impedir o morro de deslizar. Mas ele pode impedir que as pessoas morem no alto dos morros, aumentando o risco de morte em catástrofes como essa. Mas ele não o faz. Sempre populista, o prefeito só quer mais votos. Depois escrevo mais sobre isso.

Sob o pretexto de proteger a natureza, não podemos ceder ao pensamento absurdo que demoniza a humanidade e suas conquistas. Isso nos afasta das verdadeiras causas e das verdadeiras opções para evitar os desastres. Muito cuidado.