Muitos já ouviram falar sobre “seu Lunga”, o famoso personagem real do Juazeiro do padre Cícero que é um “poço de paciência” – para não dizer o contrário.

E para quem nunca ouviu falar sobre “seu Lunga” trata-se de uma figura conhecida pelas respostas contundentes, que tanto reagem à pergunta idiota como alfineta o interlocutor descuidado com a resposta que lhe dá.

Por exemplo: “seu Lunga” chegou num boteco e estava faltando energia elétrica. Ele pediu uma cachaça e o dono da bodega respondeu que estava faltando energia.

- Eu vim tomar uma cachaça, não vim tomar choque! – respondeu “seu Lunga”.

Mas, apesar de ser conhecido pela ignorância, “seu Lunga” era um filósofo. Ele dizia que existem três coisas no mundo que o homem não deve confiar, e todas essas três coisas começam com a letra “P”.

- Quais são, seu Lunga?

- É puta, padre e pastor.

- Por que, seu Lunga?

- Porque os três não podem ver dinheiro.

O espetáculo patrocinado pelo padre Fábio de Melo, em Penedo, levou-me a recordar do “seu Lunga” – o “filósofo. Pois não é que é verdade mesmo?

Fábio chegou a Penedo na condição de “pop-star” com direito à segurança da Polícia Militar e muitos fricotes, como impedir até mesmo o bispo de subir no palanque no momento em que ele estivesse cantando.

É o dinheiro – lembrei-me do “filósofo” do Juazeiro do Norte.

O pior é que essa ambição pelo dinheiro na religião, infelizmente, não atinge apenas a Igreja Católica. Alagoas já possui mais de 67 igrejas e seitas que aceitam vale-transporte, Bolsa Família e vendem Jesus por 10% sem desconto.

São pequenas igrejas e grandes negócios, que reforçam a tese do “filósofo do Juazeiro”. Infelizmente, “seu Lunga” tem razão e não se deve mesmo confiar em padre, pastor e puta.

* Porque quem confiou está hoje no inferno. Pretinho, pretinho. E liso.

( * Esse complemento ou arremate à filosofia de “seu Lunga”, permita-me “seu Lunga”, é da nossa autoria ).