Apenas 1 voto separa o prefeito Cícero Almeida (PP) da Comissão Especial de Investigação (CEI), para investigar a denúncia do Ministério Público Estadual sobre irregularidades cabeludas nos contratos para limpeza urbana em Maceió – que tirou o sossego do prefeito.
O vereador Ricardo Barbosa (Psol), autor da proposta para criação da Comissão, está confiante e assegura que se a investigação da Câmara não vier agora virá mais tarde no rastro de novas denuncias que o Ministério Público deve fazer.
E, como só falta uma assinatura, ou seja, a aprovação de um vereador, Barbosa está mais confiante do que nunca.
- “Acho que a Câmara não vai abdicar do seu papel de investigar uma denúncia tão grave igual a esta” – provocou o vereador querendo lembrar que, em 2012, todos terão de prestar contas à sociedade.
De acordo com o Regimento é necessário 1 terço dos vereadores para que seja criada uma Comissão Especial de Investigação. Como são 21 vereadores em Maceió, então são necessárias sete assinaturas concordando com a Comissão para a investigação ser processada – que pode levar o prefeito ao impeachment.
Seis vereadores já assinaram concordando com a investigação. Foram eles: Ricardo Barbosa e Heloísa Helena, do PSOL; Paulo Corintho e Amilkar Melo, do PDT; Tereza Nelma, do PSB, e Luiz Pedro, do PMN.
A adesão de Luiz Pedro surpreendeu o prefeito Cícero Almeida por dois motivos:
1) Ninguém imaginava que Luiz Pedro fosse aderir à oposição.
2) A adesão de Luiz Pedro pode facilitar a sétima – e fatal – adesão.
O problema é que os contratos para limpeza pública foram esmiuçados pelo Ministério Público e o arrazoado de denúncias dificulta até hoje a defesa do prefeito, pois se baseia em provas irrefutáveis que levam ao comprometimento com o esquema – que lesou o erário municipal em milhões de reais.
Um contrato no valor de 500 mil reais passou para 3 milhões de reais sem justificativa plausível; além disso, o funcionário responsável pela licitação foi promovido a gestor das despesas.
O prefeito agora tem duas alternativas:
1) Convencer o vereador Luiz Pedro a retirar a assinatura do documento.
2) Impedir que surja o sétimo vereador a aderir a idéia de investigá-lo.
É aquela velha situação: se correr o bicho pega e se ficar o bicho pode comer. Nunca, na história deste município, um prefeito se viu tão acuado.