A coordenadora pedagógica Elen Cláudia de Albuquerque Lima, que veio de São Paulo com a família visitar parentes em Maceió, afirmou ter ficado traumatizada, após resolver fazer um passeio pelas nove ilhas, na manhã deste domingo (02). Ela denunciou ao Cadaminuto o descaso e a falta de fiscalização em uma das embarcações, que ficou superlotada, afimando ainda, que tentou entrar em contato com a Capitania dos Portos, que informou só se manifestar em caso de acidentes.


Segundo Elen, a confusão começou quando tripulantes da escuna Havana II, que deveria deixar os passageiros na "Prainha" por uma hora, afimaram que a embarcação estava com problemas e teria que retornar ao Pontal da Barra, voltando para buscar os cerca de 30 turistas algum tempo depois. Ela disse que percebeu que algo estava errado quando começou a falar com os demais passageiros, que tinham pago valores diferentes pelo passeio.


"Ontem eu fui ao local saber o preço do passeio e me disseram que custava R$ 100, sendo que cada adulto pagaria R$ 30, 00, minha filha mais velha R$ 10,00 e a mais nova, de 4 anos, não precisaria pagar,mas teve gente que pagou R$ 20,00 e até $ 40,00. A escuna saiu ás 9:30 do Pontal e no pacote estava inclusa uma parada de 1h na Prainha e na Ilha Carlitos. O piloto perguntou se alguém tinha deixado pertences no barco e avisou sobre o problema. Nos deixaram na Prainha ás 10:20 e só retornaram ás 12:35", relatou.


Ela contou que após a demora, tentou por diversas vezes falar com a pessoa que tinha vendido o passeio, para saber a hora que a embarcação retornaria, mas depois de muito tempo o barco voltou cheio de passageiros. Ao seguir para a Ilha Carlitos, a família paulista precisou encontrar outra forma de voltar, já que na hora de retonar ao Pontal a embarcação estava superlotada.


"Não nos deram nenhuma satisfação e tiraram a boia da minha filha mais nova. Quando o barco retornou nem todos que vieram da Painha quiseram descer e a embarcação ficou com mais de 30 pessoas. Eu não quis arriscar a vida das minhas filhas e disse que não iria. Foi aí que começou um bate-boca com os outros passageiros e o piloto, que me viu chorando e disse que eu era uma maloqueira vinda de São Paulo e ficou rindo da minha cara. Muitos turistas foram humilhados", destacou.


A família acabou sendo deixada na Ilha Carlitos com a promessa de que a embarcação retornaria. Elen resolveu perguntar a funcionáris do local como poderia voltar sem ser de barco. "Começamos a caminhar por uma estrada de terra, rodeada por mangues e no caminho, um homem nos ofereceu carona porque tinhamos que pegar o carro no Pontal. Eu liguei para a minha madrinha e ela foi nos buscar, mas quando chegamos ao local onde eu comprei o passeio, por volta de 16h, fomos infomados que já tinha encerrado. Eu perguntei se eles não teriam quem retornar para buscar alguém e disseram que não", relembrou.


A turista disse ter ficado mais indignada por não ter recebido nenhum tipo de informação da Capitania dos Portos, lamentando a humilhação que sofreu. "Já vim várias vezes aqui, mas nunca tinha passado por isso. É inadmissível que a Capitania dos Portos espere que haja um acidente para se pronunciar. Me senti discriminada, mas conseguimos registar tudo. Meu pai está vindo para cá para resolvemos o que vai ser feito, porque eu me senti lesada", ressaltou.


Em contato com uma mulher identificada como Sandra, que teria vendido o pacote a Elen, a reportagem foi informada que no local existem várias empresas que fazem o passeio e que não estava sabendo desse caso. "Os barcos não saem supelotados e representantes da Capitania dos Portos sempre estão por aqui", disse.