O amigo internauta que nos honra com a leitura do blog é testemunha e quem não leu pode ler o post, no qual destaco a morte de dois italianos e a coincidência de terem sido os corpos “desovados” na área de Marechal Deodoro.

(Abrindo o parêntesis para elogiar o trabalho da Polícia Civil, que chegou à raiz do crime praticado contra o italiano Roberto Puppo. Estão todos de parabéns. Fechando o parêntesis).

A primeira morte envolveu um jovem, filho de um empresário italiano, que estava na Praia do Francês na companhia de um nativo, menor de idade, e sumiu. Encontraram o corpo e justificaram o assassinato pelo envolvimento da vítima com drogas.

Sei não; eu prefiro não acreditar nessa versão tão simplista, igual à versão carimbada para as mortes de jovens na periferia – que são todos, segundo a ladainha oficial estereotipada e aceita pela imprensa, envolvidos com drogas.

Eu aprendi que o bom repórter é aquele que desconfia sempre, isto porque a verdade também é relativa.

Mas, não vamos criar pânico porque Maceió está sendo invadida pelos italianos. A história não é bem assim; durante a II Guerra Mundial eu não era nascido, mas os mais velhos sabem que muitos italianos foram presos em Maceió – e isto quer dizer que já naquela época eles estavam por aqui.

Aliás, Graciliano Ramos cita a “Rua dos Italianos”, em Palmeira dos Índios, no primeiro livro (Caetés) que escreveu ainda na década de 20. Portanto, que ninguém venha agora falar ou escrever sobre “invasão de italianos” em Maceió como se fosse algo inusitado.

O que está acontecendo é que está migrando para cá também as rixas e a má índole de alguns. Repassarei para os amigos internautas a história que ouvi no Mirante da Sereia - que é o novo reduto dos italianos em Maceió.

Um deles comprou um terreno e se fixou na Sereia, e ligou para o amigo que ficou na Itália contando maravilhas e aconselhando-o a investir também em terrenos. Convencido, o amigo que ficou na Itália mandou o amigo que está na Sereia comprar um terreno e acertou o preço.

O que está na Sereia disse que o terreno era 100 mil euros – que o amigo na Itália mandou. Mas, ao vir a Maceió para conhecer o imóvel descobriu que o valor foi 100 mil reais.

Pense no rolo que deu. Os dois amigos italianos estão agora intrigados, mas não sei se o que foi ludibriado vai perdoar o golpe e digerir o prejuízo.

Gente! Italiano em Maceió, ó, é coisa antiga. O problema agora é que eles estão vindo e trazendo a “Cosa Nostra”.

Cabe à polícia ficar atenta e cabe à imprensa não ser mais tão simplória, quando acredita em tudo o que lhe contam; quando não é paga para desconfiar sempre.