Estupefato, eu vi a “Cartilha dos Direitos dos Moradores de Rua”. A colega jornalista Gilca Cínara, baiana estilo Gabriela e aqui do Cada Minuto, trouxe um exemplar à redação.
Antes de lê-la conclui: seria cômico se não fosse trágico. Por certo o Artigo primeiro da “Cartilha dos Direitos dos Moradores de Rua” vai dizer assim: Todo morador de rua tem direito a uma casa.
Agora diga.
A cartilha ensina o morador de rua a morar na rua “com dignidade”. Agora imagine os senhores qual a dignidade de morar sob marquises, embaixo de pontes, nas praças ou em pardieiros abandonados?
Mas, pensando bem, morar na rua tem lá as suas vantagens sim – e, se não as tivesse, ninguém iria se preocupar em editar uma “Cartilha dos Direitos dos Moradores de Rua” - não é verdade? E quais são essas vantagens?
Vamos lá:
1) O morador de rua não paga aluguel.
2) O morador de rua não paga IPTU.
4) O morador de rua não paga água nem luz.
5) O morador de rua não precisar pagar vigia, nem empresa de segurança, nem contornar a casa com cerca elétrica.
6) morador de rua não recebe telefonemas do Marketing de operadoras de cartão de crédito querendo enfiar-lhe um cartão goela abaixo.
7) O morador de rua não recebe visitas inoportunas.
Só assim, de pronto, enumerei sete vantagens. Mas, tem mais e o amigo internauta pode acrescentar à lista.
Desculpe-me a ignorância do macaco, mas isso para mim é hipocrisia. O morador de rua é o rebotalho humano que o poder público produzir e agora quer remediar dando-lhe direitos que o transforma em sub-raça.
Antes, a pirâmide social compreendia três classes: A, B e C. Depois apareceram os que ficaram mais ricos, outros mais ou menos ricos e a classe pobre se dividiu em miseráveis e extremamente miseráveis – que sequer tem um barraco para morar.
E, pelo que deduzimos com essa cartilha, jamais terá a chance de morar num barraco que seja porque tem “direito a morar na rua”.
Gente! Futuca a tuia porque até no lixão nasce flor. Mas, não custa nada tentar deixar a rua sem morador – e que todo morador de rua passe agora a ter um lugar para morar.
Vamos tentar?
Até porque, o dinheiro que gastaram para imprimir a “Cartilha dos Direitos do Morador de Rua” daria para se construir uns cem barracos.
E seriam menos 100 morador na rua. Que acha?