O comportamento da imprensa nesses casos que ocorrem no Rio está uma piada. Em primeiro lugar, ninguém questiona a atuação dessa política de segurança do Rio de Janeiro. Parece que a questão da segurança pública envolve apenas presença ostensiva da polícia, que eles chamam de “ocupação”. Na certa a favela é um território soberano, não é? Afinal, para onde vão os bandidos quando a UPP se instala? Sem investigar e prender, não é possível abalar a estrutura do crime organizado.

E o pior da cobertura é que, como alguns jornalistas não conseguem sustentar a pauta sozinhos, eles chamam “especialistas”. Quase todos os especialistas convidados são de esquerda, e teimam em encontrar causas objetivas para o crime, sempre com o pano de fundo da luta de classes. Quanta bobagem!

Esquecem que a causa principal e imediata da existência da criminalidade organizada é a escolha dos próprios criminosos. Se eles tivesses mais oportunidades, escolheriam outro caminho? Sei lá! Só sei que eles escolheram o caminho do crime, ora! E os políticos? Sabemos que o crime organizado se baseia na conivência de membros do poder público, corruptos que se tornam cúmplices da violência. Esses, mesmo com tantas oportunidades na vida, também escolheram o crime. Como explicar?

As causas para o crime são várias, mas a segurança pública precisa, no mínimo, de uma estrutura policial e investigativa eficiente, uma justiça rápida e uma execução penal racional. E isso é simples? Claro que não! Há várias formas de estruturar a persecução penal, como há várias formas de combater o tráfico de armas. Mas misturar esse debate com o debate sobre questões sociais que causam o crime é que não dá.

As demais questões, que são possíveis causas remotas da criminalidade (as questões sociais), devem ser combatidas também. Afinal, todo mundo quer mais emprego e educação. Mas não me venha com a conversa fiada de que construindo escolas vou evitar o tráfico de drogas. A relação não é tão direta assim.

A imprensa precisa levar esse debate mais a sério e com informações mais específicas sobre os métodos que, em outras grandes cidades, permitiram a melhoria nos índices sobre criminalidade. O crime organizado existe e não vai ser completamente extinto. Mas, com um estado minimamente eficiente, pelo menos o crime não será institucionalizado como é hoje em algumas favelas no Rio e em outras cidades do Brasil.