Por unanimidade, a comissão de licitação da Petrobras decidiu que o estaleiro de Alagoas pode sim participar da licitação para construção de petroleiros e sondas marítimas – um negócio bilionário que despertou a cobiça de Pernambuco, da Bahia, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
Todos terão o seu quinhão, mas fizeram uma sacanagem contra Alagoas – que contou com o apoio dos maus alagoanos, quer pela aprovação da sacanagem ou pela omissão. Sob a alegação de que o estaleiro alagoano não tem licença ambiental, eles retiraram Alagoas da disputa.
Pura sacanagem! Imagine que mais de 600 hectares de mangue foram destruídos no litoral pernambucano; imaginem que, em Suape, caranguejo mora agora em palafita e sapo só toma banho se comprar água mineral – porque eles aterraram os brejos e aterraram a casa dos “cheio de pernas”, que andam de banda.
O mar que passa em Pernambuco pertence ao mesmo Oceano que passa em Coruripe, mas aqui em Alagoas é diferente porque o IBAMA que IBAMA aqui, não é o IBAMA que IBAMA lá.
Coisas de Alagoas, pois não.
Com apoio apenas do senador eleito Benedito de Lira e do deputado federal Givaldo Carimbão, o governador Téo Vilela foi a Brasília e mostrou a sacanagem. Disse que era sacanagem demais contra um Estado tão pequeno e carente.
No Rio de Janeiro, o empresário German Efromovich foi curto e grosso ao pedir ao presidente Lula que não deixasse que “o excesso de formalismo e outros entraves” prejudicassem o estaleiro alagoano.
Ou seja: tem “excesso de formalismo” e tem entraves impedindo o projeto do estaleiro alagoano e a sociedade não vê ninguém se levantar para denunciar a trama. Diante da omissão injustificável alimenta-se a certeza sobre a existência dos maus alagoanos – que torcem pelo pior.
A comissão de licitação da Petrobras impediu essa primeira grande sacanagem, mas a sociedade deve ficar atenta porque outras sacanagens contra o estaleiro de Coruripe virão e cada uma mais tenebrosa que a outra.
Fazer o quê, se a maioria dos nossos políticos alagoanos trabalha mesmo é pela destruição do Estado?