Os líderes políticos descendentes das oligarquias estão ou mortos ou aposentados. E admitamos: alguns deles não fazem a menor falta.
As esquerdas e as ditas forças progressistas tiveram sua chance. Contudo, quando eleitas, alcançaram resultados pífios, além de parcela desta ter se maculado com a nódoa da corrupção e da vilania.
A centro-direita que exerce atualmente o poder adota ações e posturas que deixam muito a desejar, sem apresentar as respostas que nossa sociedade exige e espera.
Há um vácuo de lideranças políticas em Alagoas.
Nossos quadros dirigentes, com exceções em número não suficiente, parecem incapazes de colocar nosso estado na rota de desenvolvimento, ao menos no mesmo ritmo dos vizinhos nordestinos.
Os últimos líderes que conseguiram avanços significativos governaram nosso estado e nossa capital antes da primeira metade dos anos 80. De lá para cá, vivenciamos uma trágica sucessão de infortúnios em nossas gestões públicas, com raras e episódicas exceções. Lamentavelmente.
Nos anos 90, um sopro de esperança foi protagonizado pelas forças que se auto-proclamavam de esquerda. Mas aí, novos reveses. Demos voos de galinha, que parecem sem fim, até hoje persistentes.
Desde esta experiência, não alcançamos o céu a nós sempre prometido. Alagoas e Maceió decaíram em qualidade de vida, lato sensu. Nossa bem-aventurança se amesquinhou.
Hoje, a letargia toma conta de nossa máquina pública. Nossa cidade e nosso estado empobrecem material e culturalmente. Pessimismo exacerbado o meu? Basta irmos à rua, como sugeriu o ministro Joaquim Barbosa, em discussão no STF.
O Paraíso das Águas e a Terra dos Marechais passaram a ser tachados, nacionalmente e com razão, de paraíso da miséria, terra do analfabetismo, desterro da criminalidade.
Na década de 2000, culminando com estas últimas eleições, assistimos à degradação das concepções e das tendências que devem nortear o macro-gerenciamento político estatal.
Assistimos em 2008 e 2010 ao casamento de jacaré com cobra, macaco com camelo, onça com avestruz. Parte destes espécimes verdadeiros pavões de grande vaidade, presunção e egoísmo!
E a arca de Noé das supostas lideranças políticas locais resultou na continuidade não só das atuais gestões, como de um modelo que parece não apto a superar os desafios impostos a nossa gente.
Foram casuísmos de alianças, com foco mais no interesse de cargos em comissão e na manutenção dos orçamentos doméstico de cada um, quando no mínimo. Atitude reprovável quando a ideal motivação deveria ser um projeto de resgate da dignidade dos alagoanos.
É preciso que novos nomes, jovens não só em idade biológica, mas com força, caráter, senso cidadão e coragem para o trabalho surjam em nosso estado, em nossa cidade e nos demais 101 municípios Alagoas.
Renovação é tarefa que se impõe como urgente neste momento.
Porém, renovação válida unicamente se firme pelo compromisso com nossa gente, e não por sentimentos ególatras e, por isso, nocivos à maioria.
Tais lideranças existem e, com certeza, se esquivam devido ao lamaçal de nossa atividade pública, político e partidária.
Tais homens e mulheres militam nas universidades e faculdades, sindicatos, associações de classe, comunitárias, movimentos da sociedade civil...
Mas quem se habilita a esta necessária profissão de fé?