Muita gente que não votou no candidato José Serra elogia agora a sua postura de candidato que perdeu, mas não foi derrotado.
Há, sim, diferença entre perder e ser derrotado.
O perdedor é decente, é altivo e não busca culpados pela perda. E mais: o perdedor consegue a simpatia do vitorioso, que lhe destaca a decência e o caráter.
Já o derrotado descobre culpados onde não há e ataca a todos indistintamente; de ordinário, o derrotado é desonesto e tenta esconder a desonestidade lançando dúvidas sobre pessoas e instituições. Para o derrotado todo mundo é desonesto. e só ele é o bom, o puro e o decente.
Agora seja!
O Serra poderia ter dito que foi vítima de um esquema avassalador montado pelo governo federal; poderia ter dito que foi vítima de golpes baixos, poderiai ter dito isto e aquilo da adversária, mas fez o contrário: telefonou-lhe parabenizando-a pela vitória.
Serra deu à nação uma lição de caráter e mostrou a diferençs entre quem é do BEM e quem é do MAL. E como o BEM sempre vence, a oportunidade dele está a caminho.
Com certeza.
Já quem é do MAL continuará fazendo MAL, primeiro a ele mesmo.
O BODE QUE COMEU OS VOTOS DO LESSA E O PREFEITO INDIGNADO
O candidato Ronaldo Lessa atacou a Polícia Federal, o Ministério Público Eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral, o Superior Tribunal de Justiça, os mesários, o bode e, agora, atacou os prefeitos do próprio partido acusando-os de traidores.
Disse que vai expulsá-los e cassá-los. Tratam-se dos prefeitos de Colônia Leopoldina, Cássio Alexandre, e de Jundiá, Beroaldo Rufino.
O prefeito de Jundiá, em entrevista ao França Moura, na Rádio Jornal, perguntou se Lessa quer assumir a Prefeitura.
- “Mas, ele (Lessa) não é o vice” – emendou Rufino.
Em Colônia Leopoldina o governador Téo Vilela obteve 5 mil 146 votos e Lessa, 3 mil 294 votos; em Jundiá deu-se o banho e Téo quase que obteve 100% dos votos; enquanto o governador obteve 2 mil 109 votos, Lessa recebeu apenas 219 votos.
A votação quase unânime para Téo, em Jundiá, deveu-se as ações do governo no município. Na entrevista ao França Moura, o prefeito explicou o feito:
- “O governador está construindo a estrada e isso foi tudo”.
Seria muito bom para a democracia e a paz se houvesse civilidade; se os contendores políticos aceitassem os resultados desfavoráveis e cumprimentassem o adversário – que não deve ser encarado como inimigo.
Atribuir a vitória de Téo Vilela a irregularidades eleitorais é a desculpa própria dos fracos – e Lessa não deve se passar por isso, mas parece nada fazer para evitar; no primeiro turno acusou levianamente os mesários.
O governador Téo Vilela se reelegeu porque um governo com 75% de aprovação só perde a eleição se quiser, ou se for vítima de golpe.
Irregularidade haveria se o governador com 75% de aprovação perdesse a eleição; aí sim, haveria de se suspeitar de algo errado.
A diferença de votos não foi maior porque as abstenções prejudicaram mais ao Téo, pois seus eleitores já o consideravam eleito e acharam que um voto a mais ou a menos não faria diferença.
Se fosse possível repetir a eleição no próximo domingo, a diferença passaria dos 200 mil votos. O Lessa governou o Estado por oito anos e deixou o governo com pouco mais de 60% de aprovação – e o Téo está com 75% de aprovação.
Justificar a derrota pelas irregularidades que só o candidato viu lembra-me aquela máxima popularíssima: desculpa do amarelo é comer barro.
Enterre-se o defunto porque o governador Téo Vilela obteve a maioria e por isso se elegeu; e a maioria que votou nele exige trabalho.
Autarquia, deixe o homem trabalhar...
NB - No Piauí tem o folclore da porca, que "comeu" os votos de um candidato e ele assim justificou a derrota nas urnas Em Alagoas, agora, é o bode - que comeu os votos do Lessa. Gente! Parem com isso.